Brasil
O objetivo deste artigo é refletir acerca da presença da herança ameríndia na literatura de Augusto Roa Bastos. Para tanto, tomo como ponto de partida o conto “Lucha hasta el alba”, considerado pelo escritor paraguaio seu primeiro relato. Este conto, que Roa Bastos também diz ser autobiográfico, narra um episódio bastante singular de sua infância, que inaugura sua experiência com a escrita literária. Refletir sobre o desejo e constituição de tal mito de origem é fundamental para compreender alguns dos caminhos de seu processo criativo e como eles se relacionam com os saberes ameríndios. Outros textos fundamentais para este artigo são os contos: “El baldio”, “Cuando un pájaro entierra sus plumas” e “Pájaro mosca”. Os contos anteriormente elencados estão repletos de tensões internas que remetem, por um lado, ao contexto histórico e político paraguaio e, por outro, às culturas guarani e hispânica. Tais tensões não se resolvem harmonicamente, elas se mantêm ativas movimentando toda a máquina narrativa. Interessa-me refletir sobre tais tensões e o papel das sobrevivências de saberes ameríndios no processo, pensando suas potencialidades e virtualidades na construção da literatura roabastiana. Palavras-chave: Guarani; Saberes Ameríndios; Ayvu; Colibri.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados