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Resumen de “Lar no estranho” ou “estranho lar”: uma leitura de Os laços de família e Amor de Clarice Lispector

Ana Paula Magalhaes da Silva

  • English

    In several works by Clarice Lispector, a narrative pattern can be identified that consists of the presence of a constant and growing tension, which culminates in an epiphanic experience on the part of the protagonists. The present analysis argues that, in the case of the short stories Family ties and Love, both from 1960, the epiphanic revelation experienced by Catarina and Ana, respectively, takes place not only through the phenomenological gaze of the protagonists on everyday elements, as is common in Lispector's work, but it will be triggered by a critical component to these narratives, namely, the Freudian sense of the uncanny awakened by the (frightening) possibility of returning to the mother's womb, whether metaphorical or symbolic. In other words, the epiphany occurs when the protagonists witness the transmutation of the feeling of being protected, at home (heimish), in the uncanny (unheimlichen) and finding themselves in the uncanny home (das unheimliche Heim). In the case of Family ties, and drawing on Melanie Klein's psychoanalytic studies, I contend that the involuntary physical contact between mother and daughter constitutes the trigger for the experience of the uncanny, revealing the conflictual relationship between the selfish mother and the envious daughter and the tardy realization of the oneness of the "good breast" and the "bad breast". In Love, adopting the Freudian Oedipal paradigm and its association with the paternal, masculine logic and the hegemonic monotheistic religion, I argue that the sight of the blind man chewing gum - who represents the pre-Oedipal subject who will reintroduce Ana to the realm that predates Culture and its taboos - unfolds the epiphanic experience by symbolizing a possible return to the origins and, simultaneously, to death, with beginning and end being merged together and pointing to the ideal prenatal unit, experienced in the mother's womb.

  • português

    Em várias obras de Clarice Lispector, pode-se identificar um padrão narrativo que consiste na presença de uma tensão constante e crescente, que culmina em uma experiência epifânica por parte das protagonistas. A presente análise argumenta que, no caso dos contos Os laços de família e Amor, ambos de 1960, a revelação epifânica vivenciada por Catarina e Ana, respectivamente, dá-se não apenas pelo olhar fenomenológico das protagonistas sobre elementos cotidianos, como é comum na obra clariciana, mas será acionada por um componente crítico a essas narrativas, a saber, o sentido freudiano do estranho despertado pela (assustadora) possibilidade do retorno ao útero materno, seja esse metafórico ou simbólico. Em outras palavras, a epifania ocorre quando as protagonistas testemunham a transmutação da sensação de estar-se protegido, em casa (heimish), no estranho (unheimlichen) e o deparar-se no estranho lar (das unheimliche Heim). No caso de Os laços de família, e com base nos estudos psicanalíticos de Melanie Klein, defendo que o contato físico involuntário entre mãe e filha constitui o gatilho para a experiência do estranho, revelando a relação conflituosa entre a mãe egoísta e a filha invejosa e a tardia compreensão da unidade do "seio bom" e do "seio mau". Em Amor, adotando como principal referencial teórico o paradigma edipiano formulado por Freud e sua associação com a lógica paterna, masculina, e com a religião monoteísta hegemônica, defendo que a visão do cego mascando chiclete - o qual representa o sujeito pré-edipiano que reintroduzirá Ana ao reino que antecede à Cultura e seus tabus - aciona a experiência epifânica por simbolizar um possível retorno às origens e, simultaneamente, à morte, com início e fim se confundindo e apontando para a unidade pré-natal ideal, experimentada no útero materno.


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