Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Articulando ambiente, território e lugar: a luta por justiça ambiental e suas lições para a epistemologia e a teoria geográficas

    1. [1] Universidade Federal do Rio de Janeiro

      Universidade Federal do Rio de Janeiro

      Brasil

  • Localización: Ambientes: Revista de Geografia e Ecologia Política, ISSN-e 2674-6816, V. 2, Nº. 1, 2020 (Ejemplar dedicado a: Primeiro Semestre), págs. 16-64
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • Articulating environment, territory and place: the struggle for environmental justice and its lessons for geographical epistemology and theory
  • Enlaces
  • Resumen
    • português

      Nas últimas quatro décadas, a distância entre geógrafos “humanos” e “físicos” tem contribuído para o prolongamento e até o agravamento de vários preconceitos: entre eles, podemos citar a desvalorização ou insuficiente valorização, por parte dos geógrafos “humanos”, do conceito de ambiente (equivocadamente reduzido, quase sempre, à ideia de um “ambiente natural”, quando na verdade se trata de um conceito potencialmente holístico e integrador), e o desinteresse ou ceticismo a propósito da construção de objetos de conhecimento (objetos epistêmicos) “híbridos”, que combinem conhecimentos oriundos das ciências sociais e naturais. Além disso, a capacidade dos geógrafos de participar de vários debates públicos - da mudança climática global e seus impactos sócio-espaciais à produção social de desastres ambientais - e de granjear reconhecimento e visibilidade como atores científicos relevantes sobre essas questões tem sido severamente restringida. Tudo isso porque, nas décadas de 1970 e 1980, a esmagadora maioria dos geógrafos que influenciaram e protagonizaram a “virada crítica” ou “radical” da disciplina (que foi, essencialmente, uma virada marxista, uma vez que as contribuições libertárias foram largamente negligenciadas e marginalizadas) erroneamente acreditou que para alcançar profundidade e densidade em termos de análise crítica da sociedade seria conveniente ou necessário voltar as costas ao conhecimento de processos e fatores geoecológicos, como se estes fossem, em última instância, desimportantes ou um mero diversionismo. Começando nos Estados Unidos na década de 1980, e depois fazendo-se presentes também na América Latina e em outras partes do mundo, debates, conflitos e ativismos em torno da justiça ambiental têm tacitamente desafiado os geógrafos a repensarem a fragmentação intradisciplinar com a qual a maioria parece viver confortavelmente (ou mostrando apenas um desconforto retórico, de tempos em tempos e sem consequências práticas). Dentro de um quadro de resistência e práxis emancipatória, os atores comprometidos com a luta contra a injustiça ambiental articulam, em seu cotidiano, as ideias de ambiente (o contexto sócio-natural em que vivem), território (a projeção espacial das relações de poder) e lugar (o tecido das identidades sócio-espaciais); mas é precisamente essa articulação fundamental que, no entanto, como está implícito no que foi dito no parágrafo anterior, os geógrafos geralmente não têm conseguido apreciar adequadamente. Além disso, esses atores têm sido frequentemente forçados pelas circunstâncias não apenas a combinar conhecimento vernacular (dito “local”) com conhecimento científico, mas também, no que diz respeito a este último, a perceber a necessidade de coletar informações sobre questões relacionadas a processos e problemas de ordem geoquímica, ecotoxicológica, geotécnica etc., a fim de ser melhor informados (e, portanto, politicamente mais eficazes) sobre coisas como os riscos à saúde causados por contaminantes ambientais, riscos de deslizamentos, desmoronamentos e outros desastres, e assim sucessivamente. O que a luta pela justiça ambiental fortemente exemplifica, em poucas palavras, é a necessidade de os geógrafos entenderem a importância de construir e valorizar objetos de conhecimento “híbridos” para lidar com problemas complexos. A menos que compreendam esse ponto, é provável que não apenas sua relevância científica, mas sobretudo sua relevância social, permaneçam desnecessariamente limitadas (ou até mesmo sofram atrofia), especialmente dada a enorme magnitude, o amplo alcance e a elevada visibilidade política dos desafios ambientais contemporâneos.

    • English

      In the last four decades, the distance between ‘human’ and ‘physical’ geographers has contributed to the prolongation and even worsening of various prejudices: among them, we can mention the lack of appreciation by ‘human’ geographers of the concept of environment (almost always mistakenly reduced to the idea of a ‘natural environment,’ in a clear contradiction with the holistic and integrative potential of the concept), as well as disinterest or skepticism about the construction of ‘hybrid’ epistemic objects that combine knowledge from the social and natural sciences. In addition to this, the ability of geographers to participate in various public debates − from the global climate change and its socio-spatial impacts to the social production of environmental disasters − and to gain recognition and visibility as relevant scientific actors on these issues has been severely restricted. This is because, in the 1970s and 1980s, the overwhelming majority of geographers who influenced the ‘critical’ or ‘radical’ turn of the discipline (which was essentially a Marxist turn, since left-libertarian contributions were largely neglected and marginalised) mistakenly believed that to achieve depth and density in terms of critical analysis of society, it would be convenient or necessary to turn one’s back on knowledge of geoecological processes and factors, as if these were ultimately unimportant.

      Starting in the United States in the 1980s, and later also present in Latin America and other parts of the world, debates, conflicts, and activism over environmental justice have tacitly challenged geographers to rethink the intradisciplinary fragmentation with which most of them seem to live comfortably (or showing only rhetorical discomfort from time to time, without practical consequences). Within a framework of resistance and emancipatory praxis, the actors committed to the struggle against environmental injustice articulate, in their daily lives, the ideas of environment (the socio-natural context in which they live), territory (the spatial projection of power relations) and place (the fabric of sociospatial identities); but it is precisely this fundamental articulation that, unfortunately, as it is implied in the preceding paragraph, geographers have generally been unable to appreciate properly. Moreover, those social actors have often been forced by concrete circumstances not only to combine vernacular (so-called ‘local’) knowledge with scientific knowledge, but also, with regard to the latter, to realise the need to gather information on issues related to geochemical, ecotoxicological, geotechnical, etc. processes, in order to be better informed (and therefore politically more effective) about things such as health risks associated with environmental contaminants, landslides and other disasters, and so on. What the struggle for environmental justice strongly exemplifies, in a nutshell, is the need for geographers to understand the importance of building and valuing ‘hybrid’ epistemic objects to deal with complex problems. Unless they understand this point, it is likely that not only their scientific relevance, but especially their social relevance, will remain unnecessarily limited (or will even diminish), especially given the enormous magnitude, broad scope and high political visibility of contemporary environmental challenges.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno