Resumen de A Ecoterra e seu constructo territorial de mercado: as experiências de venda direta como antecedentes do Circuito Sul de circulação e comercialização de produtos agroecológicos, criado no contexto da Rede Ecovida de Agroecologia

Márcio Freitas Eduardo, Edson José Klein, Giovani José Gonçalves

• English

  This paper presents some reflections, based on the ‘insurgent spatial practices’ approach (SOUZA, 2009) exemplified by agroecology. It aims to demonstrate how the territorialization of such practices is part of the capitalist economic-social system ‘fissures’ (HOLLOWAY, 2013), through the implementation of ‘social reappropriation of nature’ strategies (LEFF, 2009) and, in an interrelated way, the social reappropriation of the conditions of peasant production and social reproduction. It is empirically based on the trajectory of Regional Association for Cooperation and Agroecology (ECOTERRA, Três Arroios/RS) experience and in the project called ‘Southern Circuit of Circulation and Marketing of Agroecological Products of the 145 Ecovida Agroecology Network’. Its arrangement articulates a complex and innovative network between the facets of production, certification, circulation and marketing of agroecological products, with a focus, throughout the whole process, on important levels of autonomy built collectively by agroecology’s ‘syntagmatic actors’ (RAFFESTIN, 1993). This experience brings to light modern facets of the territorial development policy undertaken by the peasantry, combining organic food production, agrobiodiversity conservation and new economic and market relations.

• português

  A reflexão, aqui sistematizada, aborda as “práticas espaciais insurgentes” (SOUZA, 2009) deflagradas com a agroecologia. Visa demonstrar como a territorialização de tais práticas inscreve-se nas “fissuras” (HOLLOWAY, 2013) do sistema econômico-social capitalista, através da implementação de estratégias de “reapropriação social da natureza” (LEFF, 2009) e, concatenadamente, de reapropriação social das condições de produção e de reprodução social camponesas. Nossa base argumentativa está calcada na experiência de inserção da Associação Regional de Cooperação e Agroecologia (ECOTERRA, Três Arroios/RS) no projeto denominado “Circuito Sul de Circulação e Comercialização de Produtos Agroecológicos da Rede Ecovida de Agroecologia”, cujo arranjo articula uma complexa e inovadora trama entre as facetas da produção, da certificação, da circulação e da comercialização de produtos agroecológicos, com a incidência, ao longo de todo o processo, de importantes níveis de autonomia construídos coletivamente pelos “atores sintagmáticos” (RAFFESTIN, 1993) da agroecologia. Essa experiência traz à tona facetas modernas da política de desenvolvimento territorial empreendidas pelo campesinato, alinhando, produção de alimentos orgânicos, conservação da agrobiodiversidade e novas relações econômicas e de mercado.