No Brasil, a atuação docente com crianças, tem sido atribuída majoritariamente às mulheres, devido a concepções históricas associando características femininas à maternidade, portanto, abnegação, paciência, docilidade, seriam adequadas na educação das crianças. Homens lecionando para crianças são mais raros e, vistos por mui- tos como inadequados para a tarefa, pois representariam adjetivos como: força, rigidez, dureza, entre outros. Partindo, dessas con- cepções, nossa pesquisa buscou elucidar a participação masculina na história da docência com crianças a partir das memórias de 3 professores homens, considerando que seus conhecimento e trajetória podem inspirar e estimular novos docentes, contribuir com a história da prática educativa e discutir os estereótipos de gênero na profissão. Para tanto, utilizamos a História Oral Temática, seguindoseus procedimentos metodológicos e trabalhando com as memórias dos professores acerca do tempo quando exerceram a prática docente. Tais relatos permitiram analisar a docência pautado em inferências de gênero, pois, segundo os entrevistados, por serem do sexo masculino e carregarem atributos de gênero como força, coragem e ousadia puderam desempenhar melhor o trabalho nas escolas de áreas rurais. Nessas escolas rurais tiveram que enfrentar problemas geográficos, intempéries, longas distâncias e outras dificuldades do ambiente rural. A partir dos relatos destes professores, os dados nos informam que eles “venceram os desafios” ao atuar em uma profissão histórica e sexo tipificada como feminina.Mas destacaram a vigilância dos pais e familiares, e o desafio de continuamente ter que provar sua competência e ainda angariar a confiança familiar.
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