“Não se convida a juventude para um enterro”: as reacções e as representações da direita radical portuguesa acerca da Revolução de 25 de Abril de 1974 (1974-1985)

• Bruno Madeira ^[1]
  1. [1] Universidade do Minho

     Universidade do Minho

     Braga (São José de São Lázaro), Portugal

     
• Localización: Rubrica contemporanea, ISSN-e 2014-5748, Vol. 12, Nº. 24, 2023 (Ejemplar dedicado a: Denunciar la corrupción: discursos, prácticas y escenarios (España y América Latina)), págs. 111-132
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • “One does not invite youth to a funeral”: the reactions and representations of the Portuguese radical right about the Revolution of 25 April 1974 (1974-1985)
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• Resumen
  • English

    The revolution of April 25, 1974, and the overthrow of the New State provoked a radical transformation of Portuguese political structures and their ideological orientation. The radical right, which during the dictatorship was divided between support for the Situation and the formation of ultra groups that called for the strengthening of the national-revolutionary nature of the regime, suddenly found they were in need of reinventing themselves and in competition for power with forces that were endowed with the prestige of resistance. This article presents and discusses the representations that this political camp proposed in the first decade of democracy in Portugal with respect to the military dictatorship, Salazarism, Marcelism, the revolution and the process of the democratisation of the country. Based on an analysis of the periodicals that began the work of inculcating the narrative of the radical right in Portuguese society (particularly after the reorganisation of 1976), along with the editorial initiatives that the leading cadres and agitators of this political field encouraged and the programmatic and propaganda documents that the parties of the extreme right published between April 25th and September 28th, 1974, we problematise the evolution of the discourse on democracy and party pluralism and the project of country and society proposed.

  • português

    A revolução de 25 de Abril de 1974 e o derrube do Estado Novo provocaram uma transformação radical das estruturas políticas portuguesas e da sua orientação ideológica. As direitas radicais, que durante a ditadura se dividiram entre o apoio à Situação e a formação de grupos ultra que reivindicavam o aprofundamento da natureza nacional-revolucionária do regime, viram-se, subitamente, na necessidade de se reinventar e de disputar o poder com forças dotadas do prestígio da resistência. Este artigo apresenta e discute as representações que este campo político propôs, na primeira década de democracia em Portugal, acerca da Ditadura Militar, do salazarismo, do marcelismo, da revolução e do processo de democratização do país. A partir da análise das publicações periódicas que, sobretudo a partir da reorganização de 1976, começaram o trabalho de inculcação da narrativa da direita radical na sociedade portuguesa, das iniciativas editoriais que os principais quadros e agitadores desta área política animaram e dos documentos programáticos e propagandísticos que os partidos da extrema-direita publicaram entre 25 de Abril e 28 de Setembro de 1974, problematizamos a evolução do discurso acerca da democracia e do pluralismo partidário e o projecto de país e de sociedade que propunham