After long negotiations between Brazilian and Portuguese authorities, they finally agreed to transfer D. Pedro I’s remains to Brazil as a highlight of the 150th Anniversary of Brazil’s Independence from Portugal celebrated in 1972. However, the evolution of this diplomatic agreement and its implications towards the dynamics of Luso-Brazilian relations constitutes a remarkable lack of historiographical production in both countries. Therefore, we intend to analyze how the return of the “hero” of Brazilian independence impacted the interactions between Brazil and Portugal in that global context of the “Second Cold War” (HOBSBAWM, 1995, p. 192). The return of the “Perpetual Defender” sought to symbolize the union among the two “Lusophone Homelands” under the shelter of authoritarian political regimes. In fact, it did contribute to boost some aspects of transnational relations between the governments of Garrastazu Médici and Marcelo Caetano. But it did not correspond to the strengthening of their ties. Precisely because Brazilian foreign policy started to follow a nationalist, neutralist, anticolonial and pacifist line within that bipolar order
Ao cabo de longas negociações entre as autoridades luso-brasileiras, a concessão e o traslado dos restos mortais de D. Pedro I para o Brasil se concretizou como ponto alto das comemorações do Sesquicentenário da Independência (1972). Contudo, a evolução deste acordo diplomático e suas implicações para a dinâmica do relacionamento entre as duas nações constituem uma considerável lacuna na produção historiográfica de ambos os países. Diante disto, pretendemos abordar o regresso do “herói” da Independência sob a lógica específica das relações Brasil-Portugal inscritas no marco inicial da “Segunda Guerra Fria” (HOBSBAWM, 1995, p. 192). O retorno do “defensor perpétuo” procurava simbolizar a união entre as duas “pátrias lusíadas” ao abrigo de regimes políticos autoritários, fato que contribuiu para impulsionar aspectos das relações transnacionais entre os governos de Garrastazu Médici e Marcelo Caetano. Porém, a panteonização do Imperador em solo brasileiro não repercutiu na intensificação das relações bilaterais brasileiras e lusitanas, justamente porque a política externa do Brasil passava a seguir uma linha nacionalista, neutralista, anticolonialista e pacifista dentro daquela ordem bipolar.
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