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Fotografar para reconhecer: O bairro Belén em Iquitos, Peru

    1. [1] Universidade Federal do Cariri

      Universidade Federal do Cariri

      Brasil

  • Localización: AntHropológicas Visual, ISSN-e 2526-3781, Vol. 9, Nº. 1 (Coleção 1), 2023
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • O trabalho que aqui apresentamos usou a fotografia como estratégia para a compreensão das características culturais do bairro Belén, importante espaço popular da cidade de Iquitos. Ao desenvolvermos a série, buscamos explorar seus espaços, tendo sido a fotografia determinante para compreender aspectos culturais da região (Guran, 2000). O trabalho foi realizado em janeiro de 2023, ao longo de três incursões, com duração aproximada de 4 horas cada.

      Iquitos é a capital do departamento de Loreto e a principal cidade da Amazônia peruana, seu acesso se dá apenas por meio fluvial e aéreo. Fundada em 1757 por colonizadores espanhóis, teve primeiramente o nome de San Pablo de Napalenos e ocupou território das etnias Iquitos e Napeanos. Aos poucos, a localidade se consolidou como um importante porto fluvial, especialmente no final do século XIX, quando foi palco, até a década de 1920, do ciclo de extração de borracha. Esse ciclo se configurou como um primeiro impulso de desenvolvimento da região e, consequentemente, da extração desordenada de suas riquezas naturais e a da exploração dos povos originários (Mayor; Alvarez; Bodmer; Garcia, 2009). Atualmente, Iquitos conta com aproximadamente 600 mil habitantes, sendo uma referência econômica e cultural, além de se destacar entre os destinos turísticos da região amazônica.

      Dividido entre a parte baixa, mais empobrecida, e a área alta, próxima ao centro, Belén é o principal bairro popular da cidade, com pouco mais de 60 mil habitantes. É nele que encontramos o mais relevante espaço de comércio da cidade, o Mercado de Belén. Na parte inferior do bairro, às margens do rio Itaya, há uma predominância de moradias, quase em sua totalidade formadas por palafitas.

      Tal ocupação se originou após a decadência da exploração petroleira, nos anos 1970, e a eminente necessidade de moradia por uma população migrante desempregada, que ali encontrou seu espaço (Gómez, 2005). Nos dias atuais, vemos na região um intenso comércio, seja de itens extraídos da natureza, sobretudo pescados, ou mesmo aqueles produzidos pelos ribeirinhos, como mandioca e banana, que são oferecidos por um preço menor que os encontrados mais acima, na região do mercado. Se compararmos as duas áreas, a região do Mercado de Belén se caracteriza por ter uma diversidade maior de itens, estando cercada de lojas de roupas, depósitos de bebidas, farmácias, bares, salões de beleza, entre outros. É nele, também, que são servidas refeições populares, tanto nos estabelecimentos internos do mercado, como também naqueles que estão localizados no seu entorno.

      Dos dois lados, o comércio vai muito além do espaço formal, tomando suas ruas, especialmente na parte baixa, onde adentra em suas vielas. Além dos produtos mais convencionais, cuja venda é habitual em outros espaços da cidade, a área oferece muitos itens retirados da floresta, como frutos nativos ou até mesmo animais silvestres, como macacos, jacarés, tartarugas e porcos do mato.

      O fluxo de pessoas se dá por meio de embarcações, em um pequeno porto no rio Itaya, que liga o bairro à diversas áreas ribeirinhas, inclusive com saídas frequentes até vilas que estão nas margens do rio Amazonas. Já o deslocamento em direção ao centro ou outros bairros é feito por meio de mototáxis, importantes meios de transporte em Iquitos, os quais contam com cabines para até quatro pessoas. Além deles, na parte mais urbanizada, passam alguns ônibus que levam seus moradores até outras áreas da cidade.


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