«O que pedem as palavras» reflecte sobre a relação entre imagens e palavras, não sob o ponto de vista do seu antagonismo, mas no modo como ambas se requerem e iluminam mutuamente. Até à invenção dos mass media, o Ocidente viveu imerso numa cultura logocêntrica, por via tanto da tradição grega como da judaico-cristã. Esse logocentrismo erigiu-se em torno da cisão aparência/realidade, ilusório/verdadeiro, patente no pensamento ocidental de Parménides a Heidegger, e que só o pragmatismo, em finais do século XIX, tentaria dissolver. A reconciliação que aqui se explora abordará sobretudo dois aspectos: que imagens sem palavras são mudas, e que a palavra – por via da metáfora e do índice – não dispensa a imagem que a ilumine.
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