A rádio reflecte o nosso tempo e a forma como nos relacionamos com o tempo. Na Internet a rádio inaugura uma nova temporalidade. De todas as características definidoras do meio, a noção de tempo é, provavelmente, a que mais profundamente se alterou, o que também espelha o quanto se modificou a forma como hoje vivemos o dia-a-dia: acelerado e em “pause”; eterno e fugaz; episódico e contínuo. Os tempos mudaram e os tempos da rádio e dos seus ouvintes acompanharam essa evolução, estabelecendo não um tempo único, como antigamente, mas múltiplos tempos, uma profusão de horários, tendencialmente tantos quantos os ciberouvintes e os seus estados de alma. Nesta reflexão temos por objectivo abordar as transformações que a tecnologia e a sua apropriação pelo ouvinte operaram na temporalidade da rádio tradicional e na Internet, no ouvinte e no ciberouvinte.
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