A democracia cabo-verdiana é, tradicionalmente, considerada como um caso de sucesso no continente africano. A obtenção da independência por uma via pacífica, ao contrário de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, levou a que Cabo Verde se destacasse enquanto um estado insular, com uma fraca divisão étnica, religiosa e linguística, e sem uma herança de conflito armado no seu território. Comparativamente a outras ex-colónias portuguesas, a transição para a democracia foi menos complexa e pacífica. As primeiras eleições da África lusófona em que ocorreu a participação de mais do que um partido político foram as eleições legislativas de Cabo Verde, realizadas em 1991, onde venceu o partido da oposição Movimento para a Democracia (MpD). Desde essa altura, as eleições têm levado à sistematização de um regime bipartidário alicerçado nas duas maiores forças políticas – PAICV e MpD, alternando no poder de forma pacífica durante os últimos anos. Segundo Sanches, as diferenças entre estes partidos e os seus eleitores são muito ténues, embora o PAICV seja membro da Internacional Socialista e tenha uma maior pendência para a esquerda, e o MpD seja membro da Internacional Democrata Centrista com um maior pendor de direita.
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