Lady Daiane Martins Ribeiro, Larissa Krüger Fernandes, Fabrícia Teixeira Borges
Este artigo tem como objetivo apresentar as potencialidades da roda de conversa como procedimento metodológico em pesquisas com crianças. A partir de uma pesquisa sobre a construção do processo argumentativo de crianças em período de alfabetização de uma escola pública no sudoeste goiano, propõem-se reflexões sobre as condições da roda de conversa em contexto de leitura dialógica com crianças e problematizações desse procedimento metodológico sobre as informações produzidas, destacando o caráter dialógico e reflexivo como fatores preponderantes para essa modalidade qualitativa de pesquisa. Ao entrar em contato com as vozes infantis com a utilização de rodas de conversa, seguimos o entendimento que esse método é de interesse da psicologia do desenvolvimento, principalmente por ser uma forma de acesso aos diálogos na infância. Nesse sentido, as crianças participantes demonstraram possuir condições de discutir, de dialogar com o discurso do outro, seja concordando, modificando a própria fala, ou até mesmo discordando. Assim, percebemos que as narrativas produzidas coletivamente são recursos advindos das trocas entre as crianças, que nos permitem entrar em contato com suas visões de mundo e significações que orientam e regulam suas ações.
This article aims to present the conversation circle as a methodological procedure in research with children. Based on a research about argumentative processes with children who are in literacy process of a public school in the state of Goiás (Brazil), we reflect on the conditions of the conversation circle mediated by dialogical reading with children. We also discuss the impact of this methodological procedure on the information produced, emphasizing the dialogic and reflective character as a preponderant factor for this qualitative modality of research. As a methodological procedure, conversation circles allow us to engage with children's voices and with childhood dialogues, which we argue to be of interest to developmental psychology. The children involved on this research were able to discuss and interact with other children’s discourse, whether it was to agree, modify their own speech, or even to disagree. Thus, we argue that the narratives produced collectively are resources derived from interactions between children, which allow us to get in touch with their own worldviews, as well as to consider the meanings that guide and regulate their actions.
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