Da dor à insólita loucura: "A Morte Inesperada" de Ungulani Ba Ka Khosa

• Ribeiro, André Luís Santos ^[1]
  1. [1] Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
• Localización: ERAS: European Review of Artistic Studies, ISSN-e 1647-3558, Vol. 13, Nº. 4, 2022 (Ejemplar dedicado a: 51.ª Edição | ERAS), págs. 28-43
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • From pain to uncanny madness: Ungulani Ba Ka Khosa's "The Unexpected Death"
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• Resumen
  • English

    This article aims to deconstruct a history that has been written unilaterally in the abyssal north of the Atlantic for centuries. Through the analysis of the diegesis “The Unexpected Death”, integrated in Ungulani Ba Ka Khosa’s “Orgy of the Deranged”, we intend to perceive the reality of a young post-colonial Mozambique shrouded in a well determined historical, social and cultural context. Through the vigorous portrait of the 1980s and 1990s that the diegesis portrays, we will examine the pain that drove the Mozambican people to madness and diagnose the cause of their mad psychic condition. Madness, which is elevated here to the utmost expression of the uncanny, exposes the urgent need to reclaim the forgotten collective unconscious of Mozambicans, who now live alongside a fragile modernity brought by the Portuguese. Finally, we will briefly attend to the systematic presence of Negritude.

  • português

    Este artigo é uma contribuição para a desconstrução de uma história que, durante séculos, foi escrita unilateralmente na abissal norte do Atlântico. Pela análise da diegese “A Morte Inesperada”, integrada na obra “Orgia dos Loucos”, de Ungulani Ba Ka Khosa, pretende-se adentrar na realidade de um jovem Moçambique pós-colonial envolto numa contextura histórica, social e cultural bem determinada. Através do vigoroso retrato das décadas de 80 e 90 que a diegese faculta, examinar-se-á a dor que terá levado o povo moçambicano à loucura e far-se-á um diagnóstico da causa da sua transtornada condição psíquica. A loucura, que aqui se eleva ao expoente máximo do insólito, denuncia a necessidade em recuperar o inconsciente coletivo esquecido de um povo que agora convive com uma modernidade mal gerida trazida pelos portugueses. Por último, dar-se-á breve atenção à presença sistemática da negritude.