Sara Fernández-Trucios, Francisco Javier Montero Fernandez, Tomás García García
Jorge Luis Borges confesó, en más de una ocasión, que su modesta ceguera no era la dramática oscuridad que el sentido común cree, sino mas bien un refugio que en su caso se fue construyendo en un lento crepúsculo. Al finalizar su discurso de recepción del grado Honoris Causa de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Chile, el escritor argentino narraba la lenta despedida de su vista y la sensación placentera de entrar en un nuevo espacio habitable más rico, profundo y creativo. Confiando en la ceguera como paisaje introspectivo, como espacio habitable donde se da cita a la fantasía con el realismo, es en este contexto que, el ensayo propone habitar con el pensamiento un espacio doméstico ingrávido e infinito. Otros artistas lo consiguieron - Groussac, Monet, Homero, Joyce, Herzog, Pallasmaa e Italo Calvino- convirtiendo esta especie de ceguera inducida en una habitación íntima y creativa, en la cual acomodarse al final de sus vidas. El profesor Yeager introduce este relato haciéndonos ascender a los cielos en busca de un espacio inspirador, negro y profundo. La casa soñada por Manuel Parra y Danilo Veras, nos aleja de la luz para descubrirnos a nosotros mismos en una experiencia sensitiva única. De la mano del maestro Lewerentz se dará cita en este ensayo a algunas experimentaciones arquitectónicas con una singular caja oscura, un medioambiente asfáltico y negro: black box en Lund. Habitar en la ceguera nos sugiere una revisión de nuestro campo perceptivo, habitando con la imaginación estos lugares introspectivos en los que las leyes parecen haber desaparecido. La ceguera, como afirmaba Borges en aquel discurso, hace que el cuerpo se una al espacio para soñar con un nuevo habitar más poético y creativo (Figura 1).
Jorge Luis Borges confessou, em mais de uma ocasião, que sua modesta cegueira não era a escuridão dramática que o senso comum acredita que fosse, mas sim um refúgio que, no seu caso, foi construído em um lento crepúsculo. No final de seu discurso para receber o título Honoris Causa da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade do Chile, o escritor argentino relatou a lenta despedida de sua visão e a agradável sensação de entrar em um novo espaço habitável, mais rico, mais profundo e mais criativo. Confiando na cegueira como uma paisagem introspectiva, como um espaço habitável onde a fantasia se encontra com o realismo, é nesse contexto que o ensaio propõe habitar com o pensamento um espaço doméstico leve e infinito. Outros artistas conseguiram isso - Groussac, Monet, Homer, Joyce, Herzog, Pallasmaa e Italo Calvino - transformando esse tipo de cegueira induzida em um cômodo íntimo e criativo no qual se instalaram no final de suas vidas. O professor Yeager apresenta essa história fazendo-nos subir aos céus em busca de um espaço inspirador, negro e profundo. A casa sonhada por Manuel Parra e Danilo Veras nos afasta da luz para nos descobrirmos em uma experiência sensorial única. Das mãos do mestre Lewerentz, este ensaio reunirá algumas experiências arquitetônicas com uma singular caixa escura, um ambiente asfáltico e negro: black box em Lund. Habitar na cegueira sugere uma revisão de nosso campo perceptivo, habitando com a imaginação esses lugares introspectivos nos quais as leis parecem ter desaparecido. A cegueira, como Borges afirmou naquele discurso, faz com que o corpo se junte ao espaço para sonhar com um novo habitar, mais poético e criativo (Figura 1).
Jorge Luis Borges confessed, on more than one occasion, that his modest blindness was not the dramatic darkness that common sense believes but rather a refuge that, in his case, was built in a slow twilight. At the end of his speech to receive the Honoris Causa degree from the Faculty of Philosophy and Letters of the University of Chile, the Argentine writer spoke about the gradual parting of his sight and the pleasant sensation of entering a new, richer, deeper, and more creative living space. Relying on blindness as an introspective landscape, as a habitable space where fantasy meets realism, it is in this context that the essay proposes to inhabit, with thought, a weightless and infinite domestic space. Other artists achieved it - Groussac, Monet, Homer, Joyce, Herzog, Pallasmaa, and Italo Calvino - turning this kind of induced blindness into an intimate and creative room in which to settle at the end of their lives. Professor Yeager introduces this story, making us ascend to the heavens in search of an inspiring, black, and profound space. The house dreamed by Manuel Parra and Danilo Veras leads us away from the light to discover ourselves in a unique sensory experience. From the hand of the master Lewerentz, this essay will bring together some architectural experimentations with a singular dark box, an asphalt and black environment: black box in Lund. Living in blindness suggests a revision of our perceptual field, imaginatively inhabiting these introspective places where laws seem to have disappeared. Blindness, as Borges mentioned in that speech, makes the body join the space to dream of a new, more poetic, and creative dwelling (Figure 1).
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