Pretendemos construir neste ensaio uma crítica aos estados totalitários e repressivos, bem como as sociais democracias a partir do reconhecimento de que ambos os modos de organização do Estado praticam deliberadamente as denominadas políticas de esquecimento. Tendo como arcabouço conceitual central as análises políticas de Walter Benjamin (1892-1940), partiremos da premissa de que o modo de vida imposto pela sociedade moderna capitalista contribuiu de modo efetivo para o esfacelamento da cultura, da memória e das narrativas dos grupos sociais que sempre estiveram à margem dos interesses políticos do capital. Para combatermos essa nova expressão da barbárie que permanece em curso, faz-se necessário pensarmos na construção de uma política da memória baseada em um método de interpretação historiográfico que se comprometa eticamente com a derrota dos vencidos, e não com triunfo dos vencedores. E a proposta “metodológico-hermenêutica” benjaminiana, de reinterpretação dos fenômenos políticos com base nas ruinas da história, nos parece ser uma importante ferramenta no combate as políticas de esquecimento.
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