Resumen de Faxinal do Tigre: paisagens e alteridades em um espaço de fronteira (décadas de 1910 a 1950)

Angela Regina Sulsbach, Marlon Brandt

• English

  This text delves into reflections on landscapes and alterities within a frontier space, specifically the locality of Faxinal do Tigre, which is currently part of the municipality of Guatambu in Santa Catarina (Brazil). These characteristics were analyzed from the late 1910s when the colonization of the lands in Western Santa Catarina began, until the 1950s when they became firmly established in the region. The process of colonization brought significant changes to this space, including issues related to land, such as the displacement of the caboclo population and conflicts over land use, as well as its integration into economic activities. Among these activities were agriculture, but now in a subordinate position, the extraction of mate tea, and work in the timber industry, involving forest clearing or serving as raftsmen for timber trade with Argentina. The caboclos engaged in these occupations as a means of survival, while their labor was exploited, enriching the recently arrived colonists from Rio Grande do Sul. Official sources, maps, and the memories of long-time residents of the region will be employed to comprehend this process.

• português

  O presente texto trata de algumas reflexões sobre as paisagens e as alteridades de um espaço de fronteira, no caso, a localidade de Faxinal do Tigre, atual município de Guatambu, em Santa Catarina, entre o final da década de 1910, quando tem início o processo de colonização das terras do Oeste catarinense, até a década de 1950, quando esta se consolida na região. A colonização trouxe uma série de mudanças nesse espaço, tanto relacionadas à questão da terra, com a expropriação da população cabocla e conflitos nas formas de uso, quanto com relação a inserção em atividades econômicas desenvolvidas no contexto da colonização. Dentre essas atividades, encontram-se a agricultura, onde o caboclo, sem suas terras se insere agora na condição de agregados, e o trabalho assalariado no setor ervateiro ou madeireiro, na derrubada da floresta nas balsas para o transporte de madeiras com a Argentina. Os caboclos se valem desses ofícios como modo de sobrevivência, ao mesmo tempo em que sua mão de obra era explorada, enriquecendo os colonos recém-chegados do Rio Grande do Sul. Para compreender esse processo, serão empregadas fontes oficiais, representações cartográficas, reportagens da imprensa local e a memória de antigos moradores da região.