This article discusses the engagement of elite, conservative women in philanthropic and charitable organizations, based on two historical processes that reveal the oscillatory nature of Historiography between oblivion and memory towards these women and their deeds. Firstly, the article discusses two historical processes: the one of feminization of goodwill, charity and philanthropy in Western European and American countries —which was intensified after the 19thcentury —; and, in turn, the one of contribution to the oblivion of these women’s work, based on the criticism by liberals and socialist Marxists about philanthropy. Both processes shed light on the vast —and under-researched —documentation produced by these women as well as on the scope of their work, which ismanifold in terms of social and cultural differences. Secondly, the article discusses the same oscillatory process but in the Brazilian context. If, on the one hand, there was, traditionally, negligence and oblivion towards the history of female social service and assistance in Brazil, on the other hand, since the 1990s, there has been a vigorous and consistent historiographical production about that subject. This production debates the political, social and public agency of women, recognizing not only patterns of social reproduction and adequacy, but also possibilities of broadening the scope of this agency in order to encompass social policies, the defense of women’s rights and even the defense of feminism
Este artigo propõe uma reflexão a respeito do envolvimento das mulheres de elite e de perfil conservador com organizações caritativo-filantrópicas a partir de dois processos históricos reveladores do caráter pendular entre esquecimento e memória da documentação, de suas biografias, ações e visões de mundo. O artigo discorre, primeiro, sobre o processo histórico da feminilização da benevolência, da caridade e da filantropia em países ocidentais europeus e americanos, com maior visibilidade a partir do século XIX, e as críticas formuladas por liberais e socialistas marxistas à filantropia. Trata da contribuição da historiografia para o esquecimento, mas também para a compreensão da extensão do trabalho voluntário das mulheres, da descoberta e análise de documentação desconhecida, ou pouco explorada, e das diferenças sociais e culturais das mulheres e das práticas benemerentes. A mesma problematização do movimento pendular do esquecimento e da memória está presente na última parte do artigo, sobre os protagonismos de mulheres na caridade e na filantropia no Brasil. Se houve esquecimentos por parte da história do serviço social e da história da assistência, há uma produção vigorosa e consistente da história das mulheres sobre a filantropia a partir dos anos 1990 que problematiza a agência pública, social e política das mulheres, reconhecendo não só padrões de reprodução social e de adequação, mas possibilidades de ampliação da agência assistencial para o envolvimento com políticas sociais, com a defesa dos direitos das mulheres e mesmo do feminismo.
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