Este artigo utiliza a teoria neogramsciana das relações internacionais para discutir como a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) pode ser entendida como uma tentativa de transnacionalização do bloco histórico contra-hegemónico de forças sociais que se originou com a Revolução Bolivariana na Venezuela. A Revolução Bolivariana inaugurou uma Constituição Nacional que procurou dar um papel central à sociedade civil e aos movimentos sociais na vida política, emancipando pessoas não representadas, como as comunidades indígenas. A ALBA consiste numa tentativa de transnacionalizar este movimento, fornecendo um modelo de regionalização para a América Latina que constitui uma alternativa à abordagem neoliberal incorporada em outras iniciativas de regionalização, como a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). No entanto, o artigo argumenta que o sucesso da ALBA como veículo para a transnacionalização de um movimento contra-hegemónico na América Latina foi severamente comprometido pelas tensões e contradições emergentes dentro do bloco histórico da Revolução Bolivariana, nomeadamente entre os movimentos sociais e os governos centrais dos países membros da ALBA. Estas contradições tornam-se particularmente evidentes quando se analisam as lutas dos movimentos sociais sobre os impactos ambientais de projectos de infra-estrutura promovidos por estes governos como parte da sua estratégia nacional e regional de desenvolvimento económico e redução da pobreza.
This article deploys neo-Gramscian international relations theory to discuss how the Bolivarian Alliance for the Peoples of our America (ALBA) can be understood as an attempted transnationalisation of the counter-hegemonic historical bloc of social forces that originated with Venezuela’s Bolivarian Revolution. The Bolivarian Revolution inaugurated a protagonistic National Constitution which sought to give a central role to civil society and social movements in political life, enfranchising unrepresented people, like indigenous communities. ALBA consists of an attempt to transnationalise this movement by providing a model of regionalization for Latin America that constitutes an alternative to the neoliberal approach embodied in other regionalisation initiatives, such as the Free Trade Area of the Americas (FTAA). However, the article argues that ALBA’s success as a vehicle for the transnationalisation of counter-hegemony in Latin America has been severely compromised by emerging tensions and contradictions within the Bolivarian Revolution historical bloc, namely between the social movements and the central governments of ALBA’s member countries. These contradictions become particularly evident when analysing social movements’ struggles about the environmental impacts of massive infrastructure projects promoted by these governments as part of their overall national and regional strategy of economic development and poverty alleviation.
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