Jung Mo Sung, Allan da Silva Coelho
Walter Benjamin e um setor da Teologia da Libertação, em especial aquele que se articula em torno à Escola do DEI, tem diversas convergências na crítica do capitalismo como religião. Esta proposição desafia pressupostos modernos das teorias da religião exigindo uma revisão conceitual que permita compreender melhor o poder de legitimação/fascínio ou questionamento da economia política capitalista. Neste artigo procuramos refletir sobre esta revisão da teoria da religião e propor uma abordagem que relaciona Benjamin e a teologia da libertação. Para isso, propomos exemplificar os desafios teórico-práticos desta relação e percorrer alguns estudos que re-situam os conflitos epistemológicos e políticos da religião com a modernidade. Em seguida, buscamos elementos de Benjamin e da Escola do DEI que fornecem instrumental analítico potente para a crítica do fetichismo capitalista como religião cotidiana. Por fim, sintetizamos a tarefa fundante de pensar, a partir da vida das vítimas, um necessário discernimento de deuses que permitem des-ocultar a razão mítico-teológica que caracteriza o espírito do fetiche.
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