Histoplasmose gastrointestinal simulando doença de Crohn em paciente imunossuprimido: relato de caso

• Guimarães Araújo, Caio ^[1] ; de Paula Maia, Jarom ^[1] ; Biasutti, Claudia ^[1] ; Sadovsky, Esteban ^[1] ; Zago-Gomes, Maria da Penha ^[1]
  1. [1] Universidade Federal do Espírito Santo, Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes
• Localización: Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde - RBPS, ISSN-e 2446-5410, Vol. 26, Nº. Extra 0, 1 (Supl. 1), 2024, págs. 68-75
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Gastrointestinal histoplasmosis simulating crohn’s disease in an immunosuppressed patient: a case report
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    Introduction: Histoplasmosis is a fungal infection caused by Histoplasma capsulatum. Its most common presentation occurs in immunocompromised patients, where progression to the disseminated form of the infection is more frequent. Gastrointestinal histoplasmosis is one of the most frequent presentations of the disseminated form, but it is rarely diagnosed. Case presentation: Female patient, 37 years old, diagnosed with HIV 14 years ago, undergoing irregular treatment. Admitted due to chronic diarrhea and weight loss. Colonoscopy showed ileitis and extensive ulcerated colitis, and serial biopsies were performed from the ileum to the rectum. Upper digestive endoscopy revealed an active ulcer in the cardia, pangastritis and erosive bulboduodenitis, and biopsies where performed in these regions. The histopathological analysis of both exams showed frequent yeast-like structures suggestive of Histoplasma capsulatum. Treatment with amphotericin B lipid complex was started and, after 14 days, the patient was discharged from hospital using oral itraconazole with improvement in symptoms. Conclusion: Grastointestinal histoplasmosis is a common infection in immunosuppressed individuals, but is rarely diagnosed. Diagnostic methods are varied, but preference should be given to those that present good sensitivity and rapid diagnosis. It is necessary to be aware of differential diagnoses, as clinical, radiological and endoscopic findings can often mimic other clinical conditions. Misdiagnosis can lead to catastrophic results, as disseminated histoplasmosis is fatal if left without adequate treatment. The choice of treatment is based on the severity of the disease, requiring maintenance treatment until there is adequate restoration of the patient’s immune system.

  • português

    Introdução: A histoplasmose é infecção fúngica causada pelo Histoplasma capsulatum. É uma doença que pode ser oportunista nos indivíduos imunossuprimidos, sendo comum a evolução para a forma disseminada. A histoplasmose gastrointestinal é uma das apresentações mais habituais da forma disseminada, porém de difícil diagnóstico. Relato do caso: Mulher, 37 anos, sabidamente infectada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) há 14 anos, em tratamento irregular, internada há uma semana por diarreia crônica e perda ponderal. Colonoscopia evidenciou íleíte e colite ulcerada extensa, sendo realizadas biópsias seriadas de íleo até reto. Endoscopia digestiva alta evidenciou pequena úlcera ativa na cárdia, além de pangastrite e bulboduodenite erosivas, locais escolhidos para biópsias. Os exames histopatológicos das biópsias evidenciaram Histoplasma spp, quando foi iniciada a anfotericina B por 14 dias, possibilitando melhora dos sintomas e alta hospitalar em uso de itraconazol oral. Conclusão: A histoplasmose gastrointestinal é uma doença comum em imunossuprimidos, porém raramente diagnosticada, sendo o envolvimento do trato digestivo clinicamente detectável em três a 12% dos casos. Os métodos diagnósticos são variados, mas deve-se dar preferência aos de boa sensibilidade. É necessário estar atento aos diagnósticos diferenciais, pois muitas vezes os achados clínicos, radiológicos e endoscópicos podem mimetizar outras condições clínicas. O diagnóstico equivocado pode ter resultados catastróficos, pois a histoplasmose disseminada é fatal quando o tratamento adequado não é instituído. A escolha terapêutica é baseada na gravidade da doença, sendo necessária a realização de tratamento de manutenção até que haja restauração do sistema imunológico do paciente.