O Século XXI chegou e com ele o anúncio de uma “próxima onda”: a Inteligência Artificial (IA). Urge que ampliemos o debate sobre os limites da ciência, com ênfase na criação de mecanismos bioéticos de controle das práticas tecnológicas que se avizinham. Afinal, quais os possíveis impactos da IA nas gerações futuras? Como evitar que as pessoas socialmente desassistidas sejam ainda mais vulnerabilizadas pelo uso da IA? Este estudo, em forma de revisão crítica de literatura, tem como escopo refletir as potencialidades da IA na construção de um mundo com mais justiça e paz social. Conclui-se pela insuficiência de estudos bioéticos da IA, à luz de princípios como dignidade humana, direitos humanos e liberdades fundamentais. Enquanto isso, a contemporaneidade forja subjetividades líquidas, que, de modo similar às máquinas — cada vez mais “humanizadas” —, existem em função de realidades virtuais, em detrimento das demandas e dos problemas concretos das coletividades.
The 21st century arrived together with the news of a “next wave”: Artificial Intelligence (AI). We urgently need to broaden the debate on the limits of science, emphasizing the development of bioethical mechanisms to address forthcoming technological advances. We should be asking ourselves: what are the possible impacts of AI on future generations? How can we prevent socially disadvantaged people from becoming even more vulnerable through the use of AI? In the form of a critical literature review, this study aims to reflect on the potential of AI to build a fairer and more socially peaceful world. The study concludes that there is a shortage of bioethical studies of AI that engage principles such as human dignity, human rights and fundamental freedoms. Meanwhile, today’s world is creating hybrid subjectivities which, like our increasingly “humanized” machines, are displayed as virtual realities that can only detract from the very real concrete demands and problems faced by communities.
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