Brasil
Introdução: A Pandemia por Coronavírus (covid-19) não é um processo puramente biomédico. A instituição lócus desta pesquisa, alémde ser referência no tratamento oncológico, passou a atender os casos mais graves de pacientes acometidos pela covid-19, o que trouxe novos desafios à equipe de saúde e ao Serviço Social. Objetivo: Verificar inflexões do contexto pandêmico na assistência oncológica, a partir da perspectiva do Serviço Social. Método: Método qualitativo, de caráter exploratório e descritivo. O instrumental utilizado foi o de entrevista semiestruturada com as assistentes sociais e duas ex-residentes de um hospital oncológico em Pernambuco. As entrevistas foram efetuadas de março a junho de 2022. Os dados foram estudados com base na análise de conteúdo e levantamento bibliográfico. Resultados: Houve durante a pandemia uma contínua e corajosa resistência por parte dos/as profissionais de saúde em defesa da vida, de direitos, dentre eles, a saúde pública, universal e de qualidade, contra a barbárie e genocídio da população. Ainda, em prol do despertar coletivo para discussões sobre medidas sanitárias que inibissem a propagação da covid-19. Bem como da importância da ciência e da vacinação, ante um cenário de contrarreforma neoliberal, desfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e vigência da Emenda Constitucional (EC) 95/2016, em um governo que claramente aproveitou-se da crise sanitária para avançar com desmontes de direitos, desresponsabilizando o Estado, promovendo uma ideologia de naturalização e banalização das mortes, em favor da primazia dos interesses do capital. Conclusão: A pandemia promoveu o acentuamento das expressões da questão social à classe trabalhadora, dentre elas, a dificuldade de acesso à assistência em saúde. Em particular ao adoecimento oncológico, interferiu na realização de diagnósticos e início de tratamentos. Trouxe ainda mudanças na estrutura hospitalar, alterando a cultura organizacional da unidade de saúde. Instalou-se na rotina um senso de imediatismo na oferta de respostas às demandas de saúde, impondo novos e velhos desafios à prática do Serviço Social.
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