Resumen de Afinidades e Tensões Entre Estado, Sociedade Civil Organizada e Artistas: O Caso do Centro Cultural Belchior
O Centro Cultural Belchior (CCBel) é um equipamento público dedicado à música, localizado na cidade de Fortaleza, Brasil. Três atores formam o tripé de sustentação desse espaço: a Prefeitura Municipal de Fortaleza, que fundou o equipamento, financia-o e é a dona do prédio em que ele está sediado; o Instituto Cultural Iracema, uma organização social contratada pela prefeitura para gerir o centro; e os coletivos de músicos que organizam seus festivais naquele lugar. O surgimento do CCBel, em 2017, está relacionado com duas tendências recentes. Primeiro, o deslocamento da atenção dos países às cidades: cada vez mais, a metrópole vem tomando o protagonismo do Estado nação enquanto laboratório cultural ou espaço privilegiado de observação de fenômenos contemporâneos globais. Segundo, a mútua implicação entre a pauta urbana e a agenda cultural, notadamente a música. Como sugerem as acreditações capital europeia da cultura e rede de cidades criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ou o conceito de cidade musical, hoje, falar de cultura e música é falar de cidade, de modo que políticas de estímulo ao setor criativo e ações voltadas para o tecido metropolitano têm se aproximado, e, por vezes, até se unificado. Inserindo nesse contexto o caso do CCBel e a tríade em que ele se baseia, formada por poder público, organização social e músicos, o presente trabalho objetiva analisar as afinidades e tensões entre esses três atores que mantêm o equipamento: como se dá a relação entre eles? Há convergência ou divergência na maneira como cada um enxerga a instituição pela qual todos são responsáveis? Quais são as vantagens e desvantagens de se pautar a gestão de um centro cultural nesse triângulo Estado, sociedade civil organizada e artistas?
