Este texto aborda, de forma muito sintética, a inevitabilidade das controvérsias quan-to ao futuro das festividades e possíveis processos de reconfiguração que as venham a moldar. Os futuros são espaços-tempo objeto de disputas e, em grande parte dos casos, só a participação efetiva das populações nesses mesmos processos pode fazer a diferença na moldagem da festa às expetativas e aspirações coletivas. Seguindo estas ideias, este artigo explora algumas controvérsias emergentes em torno do fu-turo da festa de São João de Sobrado, que se realiza no concelho de Valongo. Faz-se referência a informação recolhida por meio de observação e de entrevistas, através das quais ficam mais claras as tensões que emergem do confronto constante entre o passado vivido e as visões de futuro criadas na base desta experiência, mas também de imaginários sobre a continuidade da festa e a sua importância na comunidade. A principal conclusão deste estudo indica o interesse de os responsáveis pela tomada de decisão perspetivarem os fluxos de mudança, não como meras pressões ou ima-ginários futuristas, mas sob o prisma do seu significado temporal.
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