Marco Antônio de Oliveira Tessarotto
O presente texto descreve as implicações da pandemia nas festividades de uma comunidade tradicional no interior do estado da Paraíba, Brasil. A comunidade quilombola do Matão realiza anualmente o dia da consciência negra, momento este partilhado com a presença de comunidades tradicionais vizinhas. Este espaço é permeado por um latente simbólico nomeado por “totem território quilombo” (Tessarotto, 2021), que, em tempos de isolamento social, encontrou sentidos no “aquilombar-se”, onde seus membros recolheram-se no “espaço mundo do quilombo”. A festividade anali-sada em 2021 transcorreu facilitada por um conjunto de ações: do projeto de letramento infantojuvenil Escrilendo e das oficinas do grupo de percussão e dança afro OloduMatão. A intervenção destes projetos mediou este encontro das crianças, mulheres, jovens, adultos e idosos em performances que serão descritas em três fases: uma primeira de descrição deste espaço geográfico/seus sujeitos; uma segunda de análise das ações do Escrilendo e do OloduMatão; e, a última, de análise dos registros imagéticos da festividade de 2021, disponíveis na internet. A referida análise pretende apresentar a riqueza deste simbólico capturado e rememorado por parte dos quilombolas que resistem às fragmentações do “tempo de turbilhão” da midiatização (Braga et al, 2017; Fausto Neto & Sgorla, 2014; Rosa, 2016).
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