Nos últimos anos vimos crescer a disputa pelo voto evangélico na política brasileira. Se é verdade que, no Brasil, há mais pessoas que se afirmam católicas do que aquelas que se afirmam evangélicas, o fato é que as pessoas que se declaram evangélicas tendem a destacar com mais força a sua identidade religiosa e, portanto, acionar essa identidade é uma importante estratégia política. A associação quase que natural entre evangélicos e conservadorismo, foi assumida tanto pela direita como uma qualidade, quanto pela esquerda como uma acusação, e isso tem impedido a percepção da complexidade que envolve o universo religioso e a forma como as “religiosas” negociam com a política. O contingente evangélico brasileiro é formado majoritariamente por mulheres, e mulheres eleitoras. Isso não foi ignorado pelas campanhas das diferentes candidatas e candidatos ao executivo e ao legislativo do país. O eleitorado feminino evangélico é estratégico e foi “objeto de desejo” de todos os candidatos e candidatas no último processo eleitoral. O presente artigo reflete sobre os posicionamentos de mulheres evangélicas acerca de temas acionados na campanha eleitoral de 2022. Concluiu-se que as mulheres tendem a avaliar mais em quem votar, pois suas preocupações envolvem desde gastos com alimentação, saúde e segurança, até o medo de destruição da “família”.
In recent years, we have seen the dispute for the evangelical vote grow in Brazilian politics. If it is true that, in Brazil, there are more people who claim to be Catholic than those who claim to be evangelical, the fact is that people who declare themselves evangelical tend to highlight their religious identity more strongly and, therefore, activating this identity is an important political strategy. The almost natural association between evangelicals and conservatism has been assumed by both the right as a quality and by the left as an accusation, and this has prevented the perception of the complexity that surrounds the religious universe and the way in which “religious” women negotiate with politics. The Brazilian evangelical contingent is made up mostly of women, and women voters. This has not been ignored by the campaigns of the different candidates for the country’s executive and legislative branches. The evangelical female electorate is strategic and was the “object of desire” of all candidates in the last electoral process. This article reflects on the positions of evangelical women on issues triggered in the 2022 election campaign. It was concluded that women tend to evaluate more who to vote for, because their concerns range from food, health and safety expenses, to the fear of the “family’s destruction”.
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