Cientistas sociais mostraram que a pandemia COVID-19 não é apenas uma crise sanitária. É também uma crise social e política, e deve ser tratada como um momento de ruptura que trará grandes mudanças em nossas vidas, nossas sociedades e nosso mundo. Embora muitas vezes deixadas de lado pelos formuladores de políticas, as contribuições das ciências sociais para lidar com a pandemia do coronavírus têm sido tão importantes e, de muitas maneiras, complementares às ciências exatas. A pandemia gerou um ciclo de desglobalização. Os estados fecharam suas fronteiras, as viagens e a mobilidade ao redor do mundo diminuíram drasticamente. Grandes eventos internacionais foram cancelados ou adiados. As famílias se isolaram em suas casas e a prioridade dos governos nacionais é garantir o acesso a equipamentos de saúde para proteção contra o vírus e suprimentos básicos para "seu próprio povo". No entanto, isso está acontecendo globalmente. É necessária uma sociologia mais global para melhor compreender e enfrentar os desafios que enfrentamos, para reunir boas práxis e exemplos de sucesso, para alertar sobre as ameaças e para pensar sobre o mundo que sairá desta crise global. Tal perspectiva global não deve ceder ao “globalismo metodológico” e se limitar a macroanálises. Cientistas sociais sublinharam o fato de que a crise também pode ser uma oportunidade para reconstruir o mundo de uma maneira diferente. Muitos enfatizam a necessidade de um mundo mais sensível e atento aos direitos humanos, aos cuidados e às desigualdades sociais, e com sistemas públicos de saúde mais fortes. Também nas ciências sociais, precisamos aprender com a experiência da pandemia de outros países e outras regiões do mundo
Social scientists have shown that the COVID-19pandemic is not only a sanitary crisis. It is also a social and political crisis, and should be treated as a moment of rupture that will bring major changes into our lives, our societies and our world. While often sidelined by policy makers, social sciences’ contributions in dealing with the coronavirus pandemic have been as important as, and in many ways complementary to, hard sciences. The pandemic has generated a cycle of de-globalization. States have closedtheir borders, travelling and mobility around the world have sharply reduced. Major international events have been canceled or postponed. Families have isolated themselves at their homes and national governments’ priority is to secure access to healthcareequipment to protect against the virus and basic supplies to “their own people”. This is however happening globally. A more global sociology is required to better understand and tackle the challenges we face, to gather good praxis and successful examples,to warn about threats and to think about the world that will emerge out of this global crisis. Such a global perspective should not yield to “methodological globalism” and be limited to macro-analyses. Social scientists have underlined the fact that the crisis may also be an opportunity to rebuild the world in a different way. Many stress the need for a world more sensitive and attentive to human rights, care and social inequalities, and with stronger public healthcare systems. In social sciences also, we need to learn from other countries and other world regions’ experience of the pandemic.
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