Ania Tizziani, Lorena Poblete, Francisca Pereyra
Dentro del campo de estudios sobre intermediarios digitales en el sector del trabajo doméstico y de cuidados, algunas investigaciones afirman que exacerban y perpetúan la precariedad laboral propia del sector y las desigualdades sociales que lo sostienen, por el contrario, otras destacan la ambivalencia de sus efectos. Retomando estas perspectivas, pero focalizándose en las estructuras organizacionales que asumen las plataformas digitales, el artículo propone entender los efectos diferenciales de los distintos modos de intervención que desarrollan en cada contexto según su especificidad. A partir del estudio de la plataforma digital Zolvers en Argentina, el artículo analiza cómo se adapta a un sector de actividad atravesado por dos tendencias contrapuestas: la formalización de las relaciones laborales y el aumento del trabajo por horas. De esa adaptación resultan tres modalidades de contratación: contrataciones regulares gestionadas por la plataforma digital, contrataciones regulares gestionadas por los hogares empleadores y contrataciones eventuales. Si bien las trabajadoras utilizan indistintamente estas modalidades de contratación, incluso acumulan puestos de trabajo que corresponden a todas ellas, los efectos respecto de las condiciones de trabajo son muy diferentes. Mientras las dos primeras se enmarcan en la legislación relativa al sector, la tercera queda por fuera del marco legal. En la primera, la intervención de la plataforma produce una suerte de automatización del respecto de ciertos derechos. La modalidad de contratación regular sin gestión de la plataforma produce condiciones de trabajo más heterogéneas dado que el marco legal resulta cuestionado en su aplicación por los empleadores. En la modalidad eventual las condiciones de trabajo son extremadamente precarias por ser trabajos esporádicos de pocas horas. En esta investigación se utilizó una metodología cuanti-cualitativa que incluyó una encuesta a 300 trabajadoras, 20 entrevistas semi-dirigidas a trabajadoras, dos grupos focales con trabajadoras y cuatro con empleadores que utilizan Zolvers.
In the field of studies on digital intermediaries in the domestic and care work sector, some studies claim that they exacerbate and perpetuate the precariousness of work in the sector and the social inequalities that underpin it, while others highlight the ambivalence of their effects. Drawing on these perspectives, but focusing on the organizational structures that digital platforms adopt, the article proposes to understand the differential effects of the different modes of intervention that they develop in each context according to their specificity. Based on the study of the digital platform Zolvers in Argentina, the article analyzes how it adapts to a sector of activity crossed by two opposing trends: the formalization of labor relations and the increase in hourly work. This adaptation has resulted in three types of contract: regular contracts managed by the digital platform, regular contracts managed by the employer households and temporary contracts. Although domestic workers use these modalities indistinctly, even accumulating jobs that correspond to all of them, the effects in terms of working conditions are very different. While the first two fall within the legal framework governing the sector, the third falls outside of the scope. In the first, the intervention of the platform produces a kind of automation of the respect of certain rights. The regular contracting modality without platform management produces more heterogeneous working conditions because the legal framework is questioned in its application by employers. In the temporary mode, working conditions are extremely precarious as they are sporadic jobs lasting only a few hours. This research used a quantitative-qualitative methodology that included a survey of 300 domestic workers, 20 semi-directed interviews with workers, two focus groups with workers and four focus groups with employers using Zolvers.
No campo dos estudos sobre intermediários digitais no setor do trabalho doméstico e de cuidados, algumas pesquisas afirmam que eles exacerbam e perpetuam a precariedade do trabalho no setor e as desigualdades sociais que o sustentam, enquanto outras destacam a ambivalência de seus efeitos. A partir dessas perspectivas, e com foco nas estruturas organizacionais assumidas pelas plataformas digitais, este artigo se propõe entender os efeitos diferenciais dos diferentes modos de intervenção que são desenvolvidos em cada contexto de acordo com sua especificidade. Por meio do estudo da plataforma digital Zolvers na Argentina, é analisada sua adaptação a um setor marcado por duas tendências opostas: a formalização das relações de trabalho e o aumento do trabalho por hora. Isso dá origem a três tipos de contratação: contratação regular gerenciada pela plataforma digital, contratação regular gerenciada pelas residências dos empregadores e contratação temporária. Embora os trabalhadores usem esses modos de recrutamento de forma intercambiável e até mesmo acumulem postos de trabalho que correspondem a todos eles, os efeitos sobre as condições de trabalho são muito diferentes. Na primeira modalidade, a intervenção da plataforma produz uma espécie de automação de certos direitos; na segunda, as condições de trabalho são mais heterogêneas, uma vez que o marco legal é questionado (em sua aplicação) pelos empregadores; na terceira, as condições de trabalho são extremamente precárias, pois são empregos esporádicos que duram apenas algumas horas. Este estudo mostra que os efeitos das plataformas digitais sobre as condições de trabalho dependem do tipo de intermediação. A pesquisa utilizou uma metodologia quanti-qualitativa, que incluiu uma pesquisa com 300 trabalhadoras, 20 entrevistas semidirigidas com trabalhadoras, dois grupos focais com trabalhadoras e quatro grupos focais com empregadores que utilizam a Zolvers.
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