Agda Marina F. Moreira, Léo Heller, Priscila Neves da Silva
This article results from dialogues with the quilombola, fishing, and floodplain (vazanteira) community of Croatá (MG), located in the municipality of Januária, in the northern region of Minas Gerais, Brazil. Since 2013, this community has been undertaking a process of reterritorialization, with the São Francisco River at its centre. Through collaborative research, we present aspects derived from participant observation and interviews conducted in the second half of 2023, interwoven with the relationship between health and territory. We present the perceptions of the research subjects regarding the territory, using the concept of “confluence”, coined by quilombola thinker Nego Bispo, as a guiding axis. Based on this, we analysed the relationships of struggles and affections formed by the community in defence of their territory, and the implications of this process for the health of quilombola subjects. As a result, we assert that quilombola health must take into consideration the specificities and the references of its subjects, and highlight the relevant aspects of their ways of knowing and doing. Therefore, thinking about health is only possible when associated with the territory. In this process, where memory and orality stand out, quilombola subjects must be heard and considered in any proposal for a health modality that includes them.
O presente artigo é fruto de interlocuções junto à comunidade quilombola, pesqueira e vazanteira de Croatá (MG), localizada no município de Januária, região norte mineira. A comunidade vem passando por um processo de reterritorialização desde 2013, tendo o Rio São Francisco como protagonista. Por meio de uma pesquisa colaborativa, apresentamos aspectos oriundos de nossa observação participante e entrevistas realizadas no segundo semestre de 2023, permeados pelo marco da relação entre saúde e território. Apresentamos as percepções dos sujeitos pesquisados sobre o território, tendo por eixo norteador o conceito de ‘confluência’, cunhado pelo pensador quilombola Nego Bispo. Sob essa base, analisamos as relações de lutas e afetos construídas pela comunidade na defesa de seu território e as imbricações desse processo com a saúde dos sujeitos quilombolas. Como resultado, temos por premissa que a saúde quilombola deve considerar suas especificidades e as referências de seus sujeitos, tendo nos modos de saber e fazer aspectos relevantes. Portanto, pensar em saúde somente é possível se associado ao território. Nesse processo em que a memória e a oralidade ganham destaque, os sujeitos quilombolas devem ser ouvidos e considerados na proposição de uma modalidade de saúde que os contemple.
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