Las últimas décadas del siglo XX transformaron profundamente nuestra experiencia y comprensión del terreno afectivo; en lo que hace a los sentimientos negativos, un punto clave ha sido el ascenso de la categoría de depresión. En este artículo se examina parte de esta historia para argumentar que la depresión puede entenderse como una categoría de la tecnociencia, explorando a su vez ciertos problemas epistemológicos y políticos que ello implica. Para analizar el rol que jugaron el desarrollo, la mercantilización y el consumo de antidepresivos en la expansión de la categoría diagnóstica de depresión, el artículo propone trabajar con la idea de una “vida exterior” de las pastillas. Esta noción busca reunir, por un lado, una consideración de la circulación mercantilizada y sociocultural de los antidepresivos y, por el otro, un énfasis en sus efectos materiales, entendidos sin embargo como inseparables de dicha circulación. Con un enfoque crítico e interdisciplinario, se recuperan aportes y debates de los nuevos materialismos y de los estudios sobre la ciencia para intervenir en las complejas controversias actuales sobre la depresión y los antidepresivos, resaltando ante todo la inseparabilidad de biología y política en las discusiones contemporáneas sobre el malestar y sus tratamientos.
Over the second half of the 20th century, our experience and understanding of the affective domain have changed profoundly. Regarding negative feelings, a key point has been the rise of the category of depression. This article examines part of this history to argue for an understanding of depression as a category of technoscience, thus exploring some of the epistemological and political problems that this implies. With the aim of analyzing the role played by the development, commodification, and consumption of antidepressants in the expansion of the diagnostic category of depression, this article works with the idea of an “outer life” of pills. This notion seeks to bring together, on the one hand, a consideration of the commodified and sociocultural circulation of antidepressants and, on the other hand, an emphasis on their material effects, understood however as inseparable from such circulation. With a critical and interdisciplinary approach, and drawing on insights and debates from new materialisms and science studies, this article intervenes in complex current controversies about depression and antidepressants, highlighting the inseparability of biology and politics in contemporary discussions about distress and its treatments.
As últimas décadas do século XX transformaram profundamente a nossa experiência e compreensão do terreno afetivo; em termos de sentimentos negativos, um ponto-chave foi o surgimento da categoria da depressão. Neste artigo, examina-se uma parte da essa história para defender que a depressão pode ser entendida como uma categoria da tecnociência, explorando por seu turno os problemas epistemológicos e políticos que isso implica. Para analisar o papel desempenhado pelo desenvolvimento, mercantilização e consumo de antidepressivos na expansão da categoria diagnóstica da depressão, o artigo propõe-se trabalhar com a ideia de uma “vida externa” das pílulas. Esta noção procura reunir, por um lado, uma consideração da circulação mercantilizada e sociocultural dos antidepressivos e, por outro, uma ênfase nos seus efeitos materiais, entendidos, no entanto, como inseparáveis dessa circulação. Com uma abordagem crítica e interdisciplinar, o artigo recupera contributos e debates dos novos materialismos e dos estudos da ciência para intervir nas controvérsias sobre a depressão e os antidepressivos, realçando sobretudo a inseparabilidade da biologia e da política nas discussões contemporâneas sobre o mal-estar e os seus tratamentos.
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