Brasil
O objetivo deste texto é apresentar o núcleo da crítica kantiana à metafísica e à ontologia tradicionais como uma semântica transcendental que permite reformular o problema acerca dos objetos e da sua realidade. Para alcançar tal fim propomos uma comunicação em duas partes: 1. Uma breve justificação da interpretação semântica de Kant; 2. Um programa de trabalho a partir de uma semântica entendida como parte fundamental de um modo de resolução de problemas filosóficos. Basicamente, podemos dizer que a posição crítica contra a metafísica e a ontologia tradicionais leva à questão acerca de: como são possíveis os juízos sintéticos a priori? Esta pergunta conduz às suas condições de possibilidade, isto é: representações sensíveis; representações intelectuais; regras sintáticas; regras semânticas (ou referenciais, de relação entre as representações intelectuais e algum tipo de sensibilidade ou afetividade); o operador das regras sintáticas e semânticas (sujeito, homem, natureza humana, gênero, povo, etc). Isto constitui o que chamamos o núcleo da crítica em Kant e com o qual podemos começar a resolver os problemas filosóficos inclusive para além dos apresentados por nosso filósofo. Nesse sentido, seguiremos sumariamente os seguintes passos: 1. Da metafísica em seus vários sentidos à ontologia dos objetos sensíveis; 2. Uma critica da razão pura contra a metafísica dogmática; 3. Critica como semântica; 4. O projeto semântico e os tipos de juízos; 5. A natureza humana e a teoria do juízo; 6. O programa de trabalho dentro da própria obra de Kant; 7. Os resultados subsequentes do projeto de Kant.
The aim of this paper is to present the core of Kant´s critique of traditional metaphysics and ontology as a transcendental semantics that allows reformulating the problem about the objects and their reality. In order to achieve this purpose, we propound a paper divided in two parts: 1. A brief justification of Kant’s semantics interpretation; 2. A work program based on a semantics comprehended as a fundamental part of a method of resolution of philosophical problems. Basically, we can state that the critical position against traditional metaphysics and ontology leads to the question upon: how are a priori synthetic judgments possible? This question leads to its conditions of possibility, that is: sensible representations; intellectual representations; syntactic rules; semantic rules (or referential rules, on the relation between intellectual representations and some sort of sensibility or affection); the operator of the syntactic and semantic rules (subject, man, human nature, gender, people etc.). This is what we call the core of Kant’s critique and with which we may begin to solve philosophical problems even beyond those presented by our philosopher. As such, we are briefly going to observe the following steps: 1. From metaphysics in its various senses to the ontology of sensible objects; 2. A critique of pure reason against dogmatic metaphysics; 3. Criticism as semantics; 4. The semantic project and the kinds of judgments; 5. Human nature and the theory of judgment; 6. The work program within Kant’s own work; 7. Subsequent results of Kant’s project.
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