Daiane dos Santos Vargas, Daíse dos Santos Vargas, Luciane Flores Jacobi, Adriano Mendonça Souza
No Brasil, a partir da década de 1970, iniciou uma transformação na assistência psiquiátrica, passando da reforma das instituições psiquiátricas para a criação de um modelo centrado na comunidade, que substituía o modelo hospitalar especializado. No entanto, a pandemia de COVID-19 agravou a crise de saúde mental, com um aumento significativo de casos de ansiedade, depressão e estresse, exigindo uma gestão mais precisa e eficiente dos recursos públicos. Este estudo teve como objetivo caracterizar os custos hospitalares em saúde mental no SUS no estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa, de caráter descritivo e abordagem quantitativa, utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIHSUS) entre 2015 e 2022, analisando 269.792 casos de internação no estado, classificados pela CID-10 (F00-F99), considerando variáveis como sexo, número de dias de internação, custos hospitalares e diagnósticos principais. A análise foi realizada com o software Statistica, apresentando os dados em frequências absolutas e relativas. A avaliação dos custos hospitalares e a alocação de recursos no SUS, revelam a predominância de internações devido ao uso de substâncias psicoativas. Homens são mais frequentemente internados por esse motivo, enquanto as mulheres buscam atendimento devido a transtornos de comportamento. O financiamento da saúde mental no Brasil, que corresponde a apenas 2,3% do orçamento total da saúde, é insuficiente, o que compromete a ampliação dos serviços comunitários e o processo de desinstitucionalização. A análise dos custos hospitalares evidencia a necessidade de estratégias mais eficazes para otimizar a alocação de recursos e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos.
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