Douglas Afonso dos Santos, Eliane Pereira Machado Soares
Apesar das muitas descobertas feitas no campo da Linguística em relação à variação, sobretudo, pela Sociolinguística, os conceitos adotados no ensino de língua ainda se ancoram, comumente, na gramática normativa como única referência, de modo que esse ensino traz classificações e análises que não refletem necessariamente sobre os usos reais da língua, gerando alguns equívocos, como, por exemplo, a interpretação de que não se sabe falar a Língua Portuguesa. À vista dessa problemática, objetivou-se nesta pesquisa analisar comparativamente as gramáticas de Terra (1989) e Bagno (2013), com foco sobre a classe gramatical dos pronomes. Para refletir sobre os aspectos teóricos que norteiam o estudo, foram adotados os postulados de Antunes (2007), Bagno (2007; 2012), Bortoni-Ricardo (2005), Brasil (1998; 2017), Campos (2014), Faraco (2008), Gagné (2002), Silva (2009), dentre outros. Os resultados da análise comprovaram as diferenças dos pronomes quanto aos usos real e ideal preconizados pelas gramáticas descritiva e prescritiva, respectivamente, possibilitando auferir que há diferentes contextos em que esses usos se tornam mais ou menos adequados e que cabe à escola, principalmente, auxiliar os educandos no que diz respeito ao monitoramento estilístico.
Despite several findings in the field of Linguistics related to variation made primarily by Sociolinguistics, the adopted concepts in language teaching are commonly anchored to normative grammar as the only reference. Thus, this teaching raises classifications and analyses that do not necessarily reflect on the real uses of the language, generating some misunderstandings such as the interpretation that language users do not know how to speak Portuguese. Considering the problem, this research aimed to comparatively analyze the grammar of Terra (1989) and Bagno (2013), focusing on the grammatical class of pronouns. To address the theoretical aspects that conduct this study, we approached the postulates of Antunes (2007), Bagno (2007; 2012), Bortoni-Ricardo (2005), Brasil (1998), Campos (2014), Faraco (2008), Gagné (2002), Silva (2009), amongst others. The results indicated differences between the real and ideal uses of the pronouns recommended by descriptive and prescriptive grammars, respectively. We concluded that there are different contexts in which these uses become appropriate, assuming that is school’s responsibility to assist students with their stylistic monitoring.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados