Socorro, Portugal
Este texto tenta abordar o modo como a “luta” pela independência de São Tomé e Príncipe se constituiu numa narrativa inquestionada –aliás, não foi narrada por ter pouco que contar e por convir calar o que era sabido por alguns e intuído pelos ilhéus entrementes desapossados de voz –, mas com implicações políticas, entre elas, a aceitação do domínio de uns tantos sobre a maioria. A aliciante disrupção da “luta” a destempo após o 25 de Abril turvou a racionalidade, eliminou as possibilidades de escolha e, na circunstância, contribuiu para a gestação de novasdominações, independentemente da alegria do momento da independência e da certeza da mais que provável vitória do MLSTP se tivesse havido um referendo ou eleições sobre o rumo do arquipélago.
This text deals with the way in which the “struggle” for the independence of São Tomé and Príncipe was constituted in an unquestioned narrative –moreover, it was not narrated because it had little to tell and because it was convenient to silence what was known by some and intuited by the islanders meanwhile dispossessed of voice –but with political implications, among them, the acceptance of the dominance of a few over the majority. The enticing disruption of the “struggle”, after 25 April, blurred rationality, eliminated the possibilities of choice and, in thecircumstances, contributed to the creation of new dominations, regardless of the joy of the moment of independence and the certainty of the most likely victory of the MLSTP if there had been a referendum or elections on the course of the archipelago.
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