A lo largo de 40 años de Educación Popular en Brasil, hemos aprendido que lo que fundamenta y da sentido a la universalidad de la vida social es el sentimiento de pertenencia y el derecho a la memoria. Todos deben tener derecho a la memoria. Y este es el simple objetivo del presente artículo, tejido y entretejido en el dolor del luto de las personas cercanas y de las innumerables personas que, en Brasil, ya suman más de 667 mil muertes, despidiendo familias desde Oiapoque hasta Chuí. El derecho a la memoria se piensa aquí como un derecho que se constituye en el contrapunto de una sociedad que se nutre del borrado y del silenciamiento cotidiano, en la que la memoria de los vencidos no sirve como dispositivo de contramemoria, y los recuerdos de las luchas libradas por la democracia, la libertad, los enfrentamientos de las desigualdades sociales y las luchas por la justicia en el campo y en la ciudad. Y para reconstruir esta relación con la vida, especialmente en este contexto pandémico, de tantas pérdidas y duelos, traigo a la memoria un libro seminal, un libro clásico, que desde hace más de 40 años atraviesa, con su fuerza epistémica y política, el campo de la Educación Popular brasileña y latinoamericana. Se trata de la obra La Cuestión Política de la Educación Popular (BRANDÃO, 1980), cuyo impacto y reverberación aún merecen ser discutidos y ampliados entre nosotros, especialmente por los desafíos que se (re)actualizan en el campo de la educación popular brasileña.
In the course of 40 years of Popular Education in Brazil, we have learned that what grounds and gives meaning to the universality of social life is the feeling of belonging and the right to memory. Everyone should have the right to the memory. And this is the simple objective of the present article, woven and woven in the pain of mourning of people close to us and of the innumerable people who, in Brazil, already account for more than 667,000 deaths, bereaving families from Oiapoque to Chuí. The right to memory is thought of here as a right that is constituted at the counterpoint of a society that is nourished by daily erasure and silencing, in which the memory of the vanquished does not serve as a counter-memory device, and memories of the struggles fought for democracy, freedom, the confrontations of social inequalities, and the struggles for justice in the countryside and in the city. And to reconstruct this relationship with life, especially in this pandemic context, of so many losses and mourning, I bring to memory a seminal book, a classic book, which for over 40 years has been crossing, with its epistemic and political power, the field of Brazilian and Latin American Popular Education. It is the work The Political Question of Popular Education (BRANDÃO, 1980), whose impact and reverberation still deserve to be discussed and expanded among us, especially because of the challenges that (re)actualize themselves in the field of Brazilian popular education.
Nos percursos dos 40 anos da Educação Popular no Brasil aprendemos que o que fundamenta e dá sentido à universalidade da vida social é o sentimento de pertencimento e o direito à memória. Todos e todas devem ter o direito à memória. E esse é o singelo objetivo do presente artigo, tecido e urdido na dor do luto de pessoas próximas e dos inumeráveis que, no Brasil, já contabilizam mais de 667 mil óbitos, enlutando famílias do Oiapoque ao Chuí. O direito à memória é pensado aqui como um direito que se constitui na contramão de uma sociedade que se nutre de apagamentos e silenciamentos cotidianos, nos quais a memória dos vencidos não serve de dispositivos de contramemória e lembranças das lutas travadas em torno da democracia, da liberdade, dos enfrentamentos das desigualdades sociais e das lutas por justiça no campo e na cidade. E para reconstruir essa relação com a vida, em especial nesse contexto pandêmico, de tantas perdas e lutos, trago à memória um livro seminal, clássico, que há mais de 40 anos vem atravessando com sua potência epistêmica e política o campo da Educação Popular brasileira e latino-americana. Trata-se da obra A questão Política da Educação Popular (BRANDÃO, 1980), cujos impacto e reverberação ainda merecem ser discutidos e ampliados entre nós, principalmente por conta dos desafios que se (re)atualizam no campo da Educação Popular brasileira.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados