Brasil
El texto consiste en un diálogo entre la Psicología Histórico-Cultural de Lev Vigotski y la Pedagogía de Paulo Freire, en lo tocante de las posibilidades de la educación inclusiva de las personas con discapacidad, considerando que las dos teorías caminan en una dirección similar, desde la misma base materialista histórico-dialéctica. Vygotsky entiende la discapacidad como un fenómeno socialmente construído y mediado. La forma como las personas enfrentan sus limitaciones está condicionada por el entorno social, que se construye a partir de un patrón de normalidad, o que comúnmente crea barreras físicas, educativas y actitudinales para la participación social de las personas con discapacidad. Así, no es lo biológico lo que determina la discapacidad de una persona, sino las mediaciones que encuentra en el contexto social. Freire defiende una pedagogía para la liberación de los oprimidos, lo que exige que la práctica educativa posibilite la realización de la condición ontológica de “ser más” de todos los seres humanos. Entendemos que las personas con discapacidad insertas en un medio social que mira la discapacidad como defecto y como limitación del sujeto se incluyen en la categoría freireana de oprimidos. Una educación liberadora implica escuchar la voz de todos, buscar la pronunciación del mundo de todos, sin homogeneización, sin normas de normalidad, concebiendo a todas las personas como sujetos históricos y trabajando por su concientización. El legado de Vygotski y de Freire puede ayudarnos a construir una educación más inclusiva de hecho, principalmente por el compromiso con el ser humano como un ser potente, y con su capacidad de superación, a pesar de las condiciones adversas que se confiere a la discapacidad en el entorno social.
This text explores the possibilities for inclusive education for people with disabilities based on Lev Vygotsky’s Cultural-Historical Psycholog y and Paulo Freire’s Pedagog y. Vygotsky understands disability as a socially constructed and mediated phenomenon. People with disabilities face their limitations according to the social environment, which is built on a standard of normality, created to create physical, educational, and psychological barriers to their participation in society. Therefore, a person’s disability is not determined by biological factors, but by the mediations he or she encounters in society. The pedagog y Freire advocates for the liberation of the oppressed requires educators to facilitate the realization of the ontological condition of “being more” of all people. People with disabilities who are inserted into social environments that view disability as a defect and a limiting factor for the subject fall into the Freirean category of the oppressed. Liberating education involves listening to all voices, understanding everyone’s world, without homogenization, without standards of normality, recognizing everyone as historical subjects, and working towards their awareness. In fact, Vygotsky’s and Freire’s legacies can help us build a more inclusive education, especially because they believe that human beings can overcome despite disability’s adverse effects.
O texto consiste em um diálogo entre a Psicologia histórico-cultural de Lev Vigotski e a Pedagogia de Paulo Freire no que se refere às possibilidades da educação inclusiva das pessoas com deficiência, tendo em vista que as duas teorias caminham em uma direção semelhante, a partir de uma mesma base materialista histórico- dialética. Vigotski entende a deficiência como um fenômeno construído e mediado socialmente. A forma como a pessoa encara as suas limitações está condicionada ao meio social, que está construído em função de um padrão de normalidade, o qual comumente cria barreiras físicas, educacionais e atitudinais para a participação social da pessoa com deficiência. Assim, não é o biológico que determina a deficiência de uma pessoa, mas as mediações que ela encontra no contexto social. Freire defende uma pedagogia para a libertação dos oprimidos, o que requer que a prática educativa seja possibilitadora da realização da condição ontológica de “ser mais” de todos os seres humanos. Entendemos que as pessoas com deficiência inseridas em um meio social que enxerga a deficiência como defeito e como limitadora do sujeito se inserem na categoria freireana de oprimidos. Uma educação libertadora implica em ouvir a voz de todos, procurar a pronúncia do mundo de todos, sem homogeneizações, sem padrões de normalidade, vendo a todas as pessoas como sujeitos históricos e trabalhando para sua conscientização. Os legados de Vigotski e de Freire podem nos ajudar a construir uma educação mais inclusiva de fato, sobretudo pela sua aposta no ser humano como ser potente, e na sua capacidade de superação, apesar das condições adversas conferidas pela deficiência no meio social.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados