Este artigo tem por objetivo demonstrar as relações entre cultura, televisão e imaginário urbano, no Brasil, isto é, pretende evidenciar de que forma neste país a televisão atua como a principal mediadora das relações sociais e construtora das identidades coletivas. Para tanto, tomar-se-á como objeto de análise a implantação e o desenvolvimento da televisão na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. No período dos últimos sessenta anos (1950/2010), a evolução técnica da TV e a maneira como dela se apropriam os habitantes da cidade fornecem importantes pistas sobre a construção das novas sociabilidades, não mais vinculadas a um território, mas a redes técnicas de convívio e trocas. Ao resgatar as memórias de jornalistas, radialistas e outros profissionais da televisão, que contam a história da cidade, através das narrativas que construíram via televisão, chegamos a um rico mosaico de impressões sobre a constituição das identidades cada vez mais fluidas e efêmeras, em pleno século XXI. Se já existe uma grande produção sobre a influência da TV na constituição do imaginário brasileiro, a partir do ponto de vista das grandes metrópoles, é instigante mergulhar-se no típico cenário de uma das muitas cidades de porte médio do interior brasileiro
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