A Fundação Calouste Gulbenkian, nas palavras do seu mais recente Presidente – Prof. Doutor António Feijó – foi, na sua origem, “um Ministério da Cultura oficioso de um País em grande parte desprovido de estruturas nesse domínio”.No que ao desenvolvimento do estudo das Artes Decorativas diz respeito, essa prática oficiosa traduziu-se no apoio efetivo a uma área temática, a azulejaria, com a figura do Eng.º João Miguel dos Santos Simões (1907-1972) na liderança de uma Brigada de Estudos a ela dedicada. Menos contemplada ficaria a investigação sobre talha, à época divulgada internacionalmente por Robert Chester Smith (1912-1975). O professor norte-americano da Universidade da Pensilvânia conhecia bem o trabalho de Santos Simões e sonhava aplicar a mesma metodologia na talha que, a par do azulejo, eram consideradas formas artísticas diferenciadoras da cultura portuguesa em território nacional e internacional. Ambos faleceram na década de 70 e passados quase 50 anos dos seus trágicos desaparecimentos, proponemos analisar o contexto em que trabalharam, o relacionamento profissional desenvolvido entre ambos e o legado que deixaram aos historiadores que prosseguiram as suas vias de investigação. Não deixaremos também desalientar o percurso da própria Fundação Calouste Gulbenkian na promoção das Artes Decorativas e o papel desempenhado no início da segunda década do século XXI.
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