Píteas de Massália: a problemática da transmissão do saber

• Emy Netto ^[1]
  1. [1] Universidade de Lisboa

     Universidade de Lisboa

     Socorro, Portugal

     
• Localización: CADMO: revista de história antiga, ISSN 0871-9527, Nº. 33, 2024, págs. 81-102
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Pytheas of Massalia: the issue of knowledge transmission
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• Resumen
  • português

    Um dos autores mais obscuros da Antiguidade foi certamente Píteas de Massália, autor de uma das obras mais polémicas do seu tempo, a Descrição do Oceano, da segunda metade do século IV a.C., na qual descreve a sua viagem desde a colónia de Massália para o Norte desconhecido, para lá das Ilhas Britânicas e explorando o Báltico. O seu nome faz eco pelas suas contribuições para a astronomia antiga, mas, principalmente, pela imagem negativa pintada por Estrabão sobre as suas descobertas, em especial a da misteriosa ilha de Thule. Procuramos esclarecer de forma simples as informações básicas para a contextualização da obra e problematizar os pontos que consideramos críticos no tratamento da obra: por um lado, a rota inicial, desde Massália até o Noroeste da Gália, e expor todos os argumentos que sustentam as duas possibilidades: por terra ou por mar; por outro, questionamos a abordagem de grande parte dos autores acerca da problemática da transmissão do saber e os efeitos desta na informação original da obra. O objetivo é “dar a Píteas o que é de Píteas”, numa tentativa de filtrar os anacronismos patentes nos autores do século I d.C. relativos às descobertas deste.

  • English

    One of the most obscure authors of Antiquity was certainly Pytheas of Massalia, author of one of the most controversial works of his time, On the Ocean, dated circa the second half of the 4th century B.C., in which he describes his traveling from the colony of Massalia to the unknown North, beyond the British Island and exploring the Baltic. His name echoes from his contributions to ancient astronomy, but especially due to the negative image painted by Strabo of his discoveries, mainly the mysterious island of Thule. We seek to clarify in a simple way the basic information for the contextualization of the work and to demystify certain points considered critic in the handling of the information. First, we deal with his initial route, from Massalia to Northwest of Gallia, exposing all the arguments that sustain both possibilities, by sea or land. Second, we question the approach taken by most authors regarding the transmission of this data from author to author and its impact on the original information of the work. The goal is “to give Pytheas what is Pytheas’”, an attempt to screen out the patent anachronisms, present in 1st century A.D. authors when it comes to the pythean discoveries.