Conteúdo: 6 Fernando Távora, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura cargo de Antonio Esposito e Giovanni Leoni 16 À procura de uma regra. A arquitectura de Eduardo Souto de Moura Giovanni Leoni 36 A obra e o pormenor Antonio Esposito Obras, projectos, experimentações Projectos de formação 1977-1983 60 Álvaro Siza, um arquitecto amoral A piscina de Leça, 25 anos depois Vocação animal Eduardo Souto de Moura 62 Mercado Municipal, bairro do Carandá, Braga, 1980-1984 68 Café do Mercado Municipal, bairro do Carandá, Braga, 1982-1984 72 Remodelação do Mercado Municipal, bairro do Carandá, Braga, 1997-2001 76 Mercado do Braga e café do mercado, Uma conversação com Herberto Helder Casa das Artes Eduardo Souto de Moura 78 Projecto do café do centro desportivo, Braga, 1983 80 Casa das Artes, rua António Cardoso, Porto, 1981-1991 Casas 1982-2002 92 Casas Eduardo Souto de Moura 94 Casa 1, rua do Padrão, Nevogilde, Porto, 1982-1985 98 Casa 2, rua de Nevogilde-avenida da Boavista, Nevogilde, Porto, 1983-1988 102 Casa para três famílias, quinta do Lago, Almansil, Algarve, 1984-1989 108 Casa unifamiliar, Casal dos Cardos, Alcanena, 1987-1992 114 Casa 1, rua J. Camarinha Barrote, Miramar, Vila Nova de Gaia, 1987-1991 118 Casa unifamiliar, avenida da Boavista-rua Miguel Torga, Porto, 1987-1994 122 Casa 1, quinta da Batoca, Bom Jesus, Braga, 1989-1994 128 Casa unifamiliar, Nogueira, Maia, 1990-1993 132 Casa 1, lugar do Porto Manso, Baião, 1990-1993 136 Casa unifamiliar, travessa do Souto, Moledo do Minho, Caminha, 1991-1998 142 Casa em Nevogilde Casa na quinta do Lago em Almasil Casa em Alcanena e casa 1 em Miramar Casa na avenida da Boavista, casa em Bom Jesus, casa em Baião, casa em Moledo Casas com pátio em Matosinhos Casa em Tavira e casa na Serra de Arrábida Casa em Cascais Eduardo Souto de Moura 146 Casas em banda, rua de Alfredo Keil, Pasteleira, Porto, 1992-2002 150 Casas com pátio, Matosinhos, 1993 156 Casa unifamiliar, Luz de Tavira, Algarve, 1991-1996 160 Casa unifamiliar, Serra da Arrábida, Setúbal, 1994-2002 164 Projecto da casa 2, lugar do Outeiro, Bom Jesus, Braga, 1996 166 Casa unifamiliar, Cascais, 1994-2000 170 Casa unifamiliar, Fomelos, Ponte de Lima, 2001-2002 174 Projecto das casas 2, Maia, 2002 176 Projecto da casa D6-3, Ponte de Lima, 2002 Interiores e equipamentos 1979-2002 181 "Olha a pala..." Eduardo Souto de Moura 182 Interior de uma clínica dentária, rua do Amial, Porto, 1981-1983 186 Remodelação de um apartamento, Braga, 1989-1991 188 Remodelação de um apartamento, rua Marechal Saldanha, Foz do Douro, Porto, 1989-1992 190 Loja de molduras Rui Alberto, praça de Lisboa, Porto, 1991 191 Galeria de arte, praça de Lisboa, Porto, 1992-1993 192 Loja de molduras no Centro Comercial Arrábida, Vila Nova de Gaia, 1996 194 Desenho de interiores do centro comercialdo Chiado, Lisboa, 1997-1999 198 Interior da agência modelo BPI, rua das Sobreiras, Lordelo, Porto, 1999 200 Biblioteca infantil e Auditório para a Biblioteca Municipal, avenida R. Freitas, Porto, 1992-2001 202 Projecto de conteúdos do pavilhão de Portugal, Expo 1998, Lisboa, 1995-1998 204 Interiores do pavilhão de Portugal, Expo 2000 de Hanôver, 1999-2000 206 Pavilhões CIAC, Fafe, Parede, Setúbal, Torre Vedras, Vila Real, Vila de S. António, Cascais, 1986-1987 207 Quiosques modulares para bilheteiras STCP, Porto, 1998-1999 208 Cenografia da ópera "Os dias Levantados", Teatro São Carlos, Lisboa, 1998 209 Cenografia para o programa "Maria Elisa" da RTP, Lisboa, 2000 Edifícios em bloco 1987-1999 213 Hotel em SalsburgoTorre para escritórios Burgo Banco Ideal "Olivetti" Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro Edifício para habitação na rua do Teatro e edifício para habitação e escritórios em Maia Eduardo Souto de Moura 216 Projecto de concurso para um hotel, Salsburgo, 1987 218 Projecto de edifício para escritórios em Burgo, Boavista, Porto, 1990-1991 222 Projecto de concurso para a Banco Ideal "Olivetti", Itália, 1993 224 Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro, Campus Universitário, avenida Artur Ravara, Aveiro, 1990-1994 230 Projecto de ampliação da biblioteca municipal, avenida Rodrigo de Freitas, Porto, 2000 234 Projecto de edifício para grandes armazéns, praça Gomes Teixeira, Porto, 1995 235 Edifício para habitação, rua do Teatro, Foz do Douro, Porto, 1992-1995 242 Edifício para habitação, praça Liège, Porto, 1994-2000 246 Casa unifamiliar, rua do Crasto, Porto, 1996-2001 250 Projecto de um edifício de habitação, rua do Molhe, Foz do Douro, Porto, 1996 252 Edifício para habitação e escritórios, travessa da Cavada, Maia, 1997-2001 Projectos urbanos 1982-2002 261 A cidade é "funcional" Gabrielle Basilico, um fotógrafo arquitecto Projectar uma ponte Eduardo Souto de Moura 264 Projecto da praça Giraldo, Évora, 1982 266 Projecto de plano de pormenor para Porta dei Colli, Palermo, 1987 268 Projecto de plano de pormenor para Mondello, Palermo, 1988 270 Projecto de concurso para arranjo da place Montcalm, Nîmes, 1991 273 Projecto de concurso para a ponte da Accademia, Veneza, 1985 274 Projecto de viaduto, avenida 24 de Julho, Lisboa, 1993 275 Estudo para um viaduto, Areosa, Porto, 1994 276 Projecto de ponte móvel, Porto de Leixões, Matosinhos, 2002 277 Projecto de plano pormenor para o lido Camaiore, Camaiore, 1995 278 Plano de pormenor do novo centro direccional, Maia, 1994- 280 Reconversão da faixa marginal de Matosinhos, 1995 286 Projecto de plano de pormenor de Murs a Peche, Paris, 1997 288 Projecto de reordenação urbana Gist Brocades, avenida Norton de Matos, Matosinhos, 2002 289 Projectos para a frente norte do Parque da Cidade e frente sul da avenida Boavista, Porto, 2001 Projectos sobre o existente 1982-2002 295 Muros Eduardo Souto de Moura 296 Recuperação de uma casa, Foz do Douro, Porto, 1986-1988 298 Anexos e ordenação exterior de uma casa de José Porto, rua da Vilarinha, Porto, 1986-1988 304 Reconversão do convento de Santa Maria do Bouro numa pousada, Amares, 1989-1997 312 Projecto de decoração para a pousada de Santa Maria do Bouro, Amares, 1996-1997 314 Remodelação e valorização do Museu Grão Vasco, Viseu, 1993- 316 Reconversão da Alfândega nova em sede do Museu dos Transportes e das Comunicações, rua Nova da Alfândega, Porto, 1993-2002 322 Pedra da Alfândega nova, rua Nova da Alfândega, Porto, 2002 324 Projecto da Nave Ferroviária para o Museu dos Transportes e das Comunicações, rua Nova da Alfândega, Porto, 2001 328 Transformação de uma casa em Galeria Dário Ramos, rua do Padrão, Porto, 1996-1997 332 Reconversão da ex-Cadeia da Relação em Centro Português de Fotografia, rua S. Bento da Vitória, Porto, 1997-2001 340 Rua da Vilarinha Santa Maria do Bouro O Museu dos Transportes A Galeria Dário Ramos, Centro Português de Fotografia Casa D6 Silo Cultural Eduardo Souto de Moura 344 Recuperação da casa D6-1, rua Padre Luís Casal, Foz Velha, Porto, 1998-2000 346 Projecto de recuperação da casa D6-2, Porto, 2001 348 Reconversão de um depósito de carvão em escritório de D6, rua Padre Luís Casal, Foz Velha, Porto, 2000 350 Restauração de um apartamento projectado por Távora, avenida do Brasil, Porto, 1999 351 Galeria Silo Cultural no centro comercial Norteshopping, Matosinhos, 1998 354 Projecto do Museu de Arte Sacra, Santiago do Cacém, 2000 356 Concurso para o Centro Nacional de Arte Contemporânea, Roma, 1999 358 Projecto para a companhia Aurificia, Porto, 2001 Experimentações 1997-2002 363 Nexus Fragmentos O Museu da Ilustração Bic/Bic/Bic - Bic Cristal Eduardo Souto de Moura 368 Casa do Cinema Manoel de Oliveira, rua do arq. Viana de Lima, Porto, 1998-2002 372 Projecto do Museu do Surrealismo, Vila Nova de Famalicão, 2000 377 Concurso para um edifício de escritórios, Atenas, 1999 380 Projecto de pavilhão multiusos, Viana do Castelo, 2000 385 Projecto de um amplificador de válvulas, 1999-2002 386 Projecto de restaurante Sul na Marginal Sul, avenida Norton de Matos, Matosinhos, 2002 389 Projecto de restaurante Norte na Marginal Norte, avenida Norton de Matos, Matosinhos, 2002 391 Projecto da discoteca e clube náutico na Marginal Sul, avenida Norton de Matos, Matosinhos, 2002 395 Projecto da igreja da Misericórdia, Maia, 1998 397 Projecto de biblioteca privada, rua Sobre o Douro, Porto, 1999 400 Projecto de Estádio Municipal, Évora, 1997 401 Estádio Municipal, Braga, 2000- 412 Projecto de arquitectura para o Metro, Porto, 1997- Anexos 424 Listagem dos projectos 432 Colaboradores 434 Entrevista biográficaa cargo de Monica Daniele 440 Bibliografia 447 Créditos das ilustrações |
Obra de referência de arquitectura contemporânea, esta monografia constitui a recompilação mais extensa da obra de Souto de Moura realizada até momento. Inclui uma análise exaustiva de cada obra através de textos, desenhos, fotografias e extenso material gráfico. Apresenta um levantamento de todas as obras do Souto de Moura, desde os primeiros projectos até as últimas obras de grande porte, como o Estádio do Braga ou o Metropolitano do Porto.
Além das memórias descritivas que acompanham cada uma das obras, todas revisadas por Souto de Moura, este livro também inclui textos escritos pelo próprio arquitecto, uma conversa entre este, Fernando Távora e Álvaro Siza Vieira e uma entrevista inédita realizada por Monica Danieli em dezembro de 2002.
Fernando Távora, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura a cargo de Antonio Esposito e Giovanni Leoni (extrato) A monografia dedicada a Eduardo Souto de Moura será seguida brevemente por um volume análogo sobre Fernando Távora, ambos na colecção que já contém a obra de Siza, o que alimentará inevitavelmente a ideia de uma genealogia, ainda que um dos nossos empe-nhos, ao preparar os volumes sobre Távora e Souto de Moura, foi o de mostrar que comple-xidade de pesquisa e de relação esconde a genérica definição crítica de "escola do Porto". Poderão ajudar-nos a evitar o equivoco? Siza Eu diria que nós não somos arquitectos do Porto. Souto de Moura é o único que se pode definir como tal porque dedica-se, com muita paciência e sofrimento, ao metropolitano. Eu nunca fui um arquitecto do Porto e também Távora, de facto, nunca o foi, a não ser recentemente construindo a torre ao lado da catedral (recuperação do antigo palácio municipal "casa das Vinte e Quatro", 1995), obra que teve uma influência e um impacto enorme na cidade e pela qual foi mal acolhida. Eu construí um museu a convite do governo central (museu da Fundação Serralves, 1991) e a faculdade de arquitectura (desde 1985) por decisão do Távora, nada mais. O meu único projecto para as comemorações do Porto capital da cultura europeia 2001, o Museu da Cidade na avenida Henriques, teve críticas sumárias e inesperadas e finalmente decidiu-se não construir. Souto de Moura, como dizia, é o único que está a conseguir, com muita perseverança, ser arquitecto desta cidade, encomendou-me uma terceira obra, uma das estações do metropolitano. Ambos nos pronunciámos publicamente de forma muito crítica acerca das iniciativas do Porto 2001, sobre os projectos executados sem tempo de maduração, com um péssimo controle da obra. Considero uma experiência absolutamente errada com consequências desastrosas para a cidade.
Távora foi o meu professor no quarto ano, o primeiro a pensar que eu não era assim tão mau como aluno. Convidou-me para trabalhar no seu atelier, ainda estudante, procurou-me o meu primeiro trabalho (piscina na quinta da Conceição, 1958) e, mais tarde, o segundo (casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira, Matosinhos, 1958) uma generosidade hoje impensável. Havia uma relação muito estreita, uma grande vitalidade naquele período: estávamos nos anos cinquenta, a altura na qual a escola de arquitectura se renovava graças à entrada de Carlos Ramos, como director, e de um grupo de professores ditos os "Jovens Arquitectos". Houve o Inquérito sobre a arquitectura popular portuguesa (1955) que envolveu arquitectos, professores e estudantes, numa situação política muito perigosa mas também muito interessante. Posso dizer que ao realizar as primeiras obras a mi-nha maior preocupação era de "incluir" o ensinamento do Távora no projecto. Alguma da sua arquitectura, como a casa de Ofir (1957) ou o mercado de Vila da Feira (1953), teve sobre mim um grande impacto. Lembro-me que quando projectei a minha segunda casa, na qual pus persianas nas janelas (casa Carneiro de Melo, Porto 1957-1959) com uma refe-rência directa e ingénua ao Távora, um amigo nosso mais velho comentou: "Ah, Siza... o arquitecto que faz as casas cobrindo-se os olhos". Não havia muitas referências, havia a arquitectura construída e não era muita. Mas se excluo as minhas primeiras obras marcadas por uma influência directa evidente, não acho que existam relações estreitas formais entre mim e Távora, assim como não existem entre mim e Souto de Moura. Certamente existem influências no que se refere às ideias sobre a arquitectura. A minha relação com Souto de Moura, de resto, é muito diferente. Antes de mais nada, existe uma diferença de idade muito maior, eu tenho dez anos menos que o Távora e o Souto de Moura tem vinte anos menos que eu. Para além disso, eu nunca fui seu professor na escola de arquitectura porque quando ele a frequentava eu já me tinha demitido. Não era um período tranquilo dentro da universidade, existiam lutas estudantis, um debate sobre a condição do arquitecto, discussões acerca do projecto, e quase era considerado um pecado agarrar no lápis e desenhar. Foi a experiência das brigadas SAAL que fez as novas gerações reconsiderar a importância do desenho. Eduardo trabalhou comigo no projecto SAAL para São Vítor (complexo residencial SAAL em São Vítor, Porto, 1974-79). Ele tinha referências que não faziam parte da minha formação ou que descobri mais tarde, e não tenho dificuldade em admitir que a influência foi recíproca, facto que talvez nunca analisei a fundo.
Era o controle da planta através das proporções e é certamente um método diferente em rela-ção àquele que eu utilizei nas minhas obras, as quais não precisavam deste controle sendo mais umas composições abstractas, de texturas, de objectos, onde também conta o equilíbrio das cores, como na Casa das Artes (Porto, 1981) onde cada parede tinha uma cor, e provavelmente se as paredes azuis tivessem sido mais altas ou mais baixas não teria tido o mesmo encanto. Hoje procuro sobretudo um conforto da arquitectura e, para obtê-lo, é necessário um gesto que reuna as diversas acções. No momento em que existe um espaço contínuo, o projecto prossegue unindo num gesto acções e elementos autónomos. É um projecto que requer outro género de controle; não sei se é mais fácil ou mais difícil, mas a procura é seguramente diferente, e aqueles círculos feitos com a mina grossa são-me uma grande ajuda. E é importante que não se tratasse de uma mina fina, porque a marca leve teria dado um rigor e uma expressão ao projecto que este ainda não teria e que deveria ser deixado para uma fase final. Távora explicava que os projectos têm duas fases: uma na qual adaptamos o projecto às nossas decisões, e é necessária uma mina grossa; a outra na qual o projecto encontrou a sua solução e é ele que comanda, que pede, assim que torna-se necessário um desenho mais rigoroso, feito com a mina fina. Távora foi meu professor no segundo ano, depois segui-se o Soutinho. Depois deixei a escola para trabalhar nos SAAL. Trabalhando como arquitecto, quase me esqueci do Távora. Mas havia referências a ele na arquitectura do Siza e algumas vezes, quando o Siza encontrava-se em dificuldade, dizia: "Se estivesse o Távora, faria assim". Ou ocorria que eu dissesse: "Siza, aqui o programa do projecto não funciona, este espaço não é suficiente", e o Siza me respondia: "Quando num projecto o Távora não consegue alguma coisa, ele acrescenta-lhe um espaço". Quando entrei no atelier do Siza estava-se a concluir a discussão do projecto SAAL e usava-se uma linguagem estranha para mim, não codificada, não era Távora, não era Alvar Aalto, não era Le Corbusier. A minha presença no seu atelier coincidiu com as mudanças que levaram o Siza à linguagem de hoje e foi como um verdadeiro laboratório de experiências, porque naquela época reconsiderava as suas relações com os grandes mestres. Em Portugal, por reacção ao historicismo pitoresco de Salazar, o Movimento Moderno tinha sido considerado radicalmente de esquerda, marxista, quase uma linguagem proibida e, portanto, depois da revolução, descoberta a importância do desenho, apareceu-nos quase como um movimento pós-modernista, pelo simples facto de ser uma linguagem, o produto das velhas ideologias lecorbusianas da Carta de Atenas, mas já ninguém acreditava, para dar um exemplo, que a casa pudesse ser uma máquina. Projectar com o Siza foi para mim uma grande oportunidade de experimentar sem censuras, de participar em concursos, de perceber as plantas dos projectos espanhóis, de compreender porquê Alvar Aalto precisa de utilizar linhas curvas enquanto que a arquitectura italiana tem volumes rectilíneos. No desenvolvimento da minha pesquisa Távora aparece mais tarde ajudando-me a compreender que a história é fundamental para o projecto, que um arquitecto tem que ser culto. Comecei a estudar as suas obras em relação ao Siza apercebendo-me que o Távora tinha um método mais abstracto, não era plástico, fazia composições com diferentes materiais; uma casa para ele estava subdividida em paredes, portas, janelas, e tive que intervir no ensino apesar do meu carácter abstracto. O estudo da sua arquitectura acompanha-se do interesse por Rossi, do qual percebi a importância da história não como erudição mas como material do projecto, e por Venturi, conhecido através do Siza.
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