Tem surgido, nos últimos anos, um substancial incremento da investigação relativa aos hospitais públicos em Portugal. Esta consciência desenvolveu-se, particular e principalmente durante 2005-2009 em virtude das mudanças ocorridas na estrutura hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS), das quais a alteração do regime jurídico dos hospitais públicos e a fixação dos objetivos de Produção Hospitalar (PH), se revelaram decisivos na formulação das políticas de saúde. Esta investigação, ao relacionar as políticas de saúde e a sua operacionalização nos hospitais públicos, com uma perspetiva de performance hospitalar baseada na PH pretende, de alguma forma, contribuir para uma melhor compreensão do setor da saúde em Portugal no período 2005-2009. Estes dois argumentos encontram-se, em nossa opinião, diretamente relacionados com a gestão hospitalar e com a metodologia proposta, o método STATIS. Crê-se que esta investigação possa servir de instrumento de apoio à tomada de decisões políticas, mediante uma avaliação dinâmica da performance dos hospitais públicos, por forma a justificar futuras estratégias e, para tal, a utilização de um método de estatística multivariada de três vias revela-se adequada. Assim, a partir de Unidades Hospitalares (UH) que se constituíram em Centros Hospitalares (CH) e de UH que se mantiveram inalteráveis pretende-se, no âmbito da gestão hospitalar: a)- construir um mecanismo compósito, simplificado e representativo da PH; b)- avaliar o desempenho das UH e dos CH, no âmbito do novo conceito de PH; c)- identificar para as UH e para os CH, as variáveis mais preponderantes na conceção do novo conceito de PH; d)- identificar grupos de UH e de CH por forma a captar as realidades distintas dos hospitais, numa perspetiva dinâmica e sob o novo prisma de PH; e)- analisar casos representativos de UH, no que concerne ao desempenho e f)- avaliar os casos mais representativos de constituição de CH, em matéria de eficiência. No âmbito do método STATIS pretende-se, para além de justificar a sua pertinência e adequabilidade, contribuir empiricamente para: a)- a criação de um processo de organização tridimensional de dados que possibilite acompanhar o percurso das UH que se constituíram em CH, sem perder o “rumo” da sua história; b)- a deteção das variáveis que mais contribuem na discriminação entre grupos de UH/CH, provenientes de espaços compromisso gerados por estruturas comuns e estáveis e, por último c)- uma resposta a soluções indefinidas sobre espaços compromisso gerados por interestruturas menos estáveis.
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