Modelo reflexivo de formação de professores: algumas perplexidades

• Autores: Maria Helena Damião, Joao Manuel Ribeiro
• Localización: IX Congreso internacional galego-portugués de psicopedagoxía / coord. por Alfonso Barca Lozano, Manuel Peralbo, Ana María Porto Rioboo, Bento Duarte da Silva, L. Almeida, 2007
• Idioma: portugués
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• Resumen

  • O conceito de reflexividade abriga diversas abordagens � nomeadamente as de cariz crítico-social, construtivista e de orientação para a investigação � que, não obstante suas características particulares, têm como denominador comum o facto de acentuaram conjuntamente a capacidade do professor para observar, investigar, analisar o seu desempenho, tendo em conta as circunstâncias e, em função disso, �elaborar saberes autónomos� (Estrela, 1999, 16). Tais abordagens encaram, pois, este profissional não apenas como consumidor mas, antes e essencialmente, como produtor de conhecimentos pedagógicos. �Ensinar� � sustenta Perrenoud (1993, 25) � �é, antes de mais, fabricar artesanalmente os saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação no quadro de (�) um sistema de comunicação e trabalho�.

    Estamos perante uma concepção de ensino cujo elemento mais inovador se situa na valorização da reflexão que recai sobre a acção, permitindo, deste modo, interligar a teoria e a prática.

    Segundo Zeichner (1993), o conceito de reflexão é, desde a década de 1980, um dos que mais atenção tem recebido nos discursos e na investigação sobre o ensino. Prática reflexiva, desempenho reflexivo, formação reflexiva, acção reflexiva tornaram-se expressões incontornáveis para quem pretenda mostrar um vocabulário pedagógico actualizado: são conceitos catalisadores e contagiantes que parecem assumir o carácter de slogan não sendo, portanto, de �bom-tom profissional� omiti-los (Alarcão, 1996, 7) ou, até, questioná-los. Além disso, têm-se integrado, pelo menos no plano das intenções, como componente central em inúmeras reformas educativas e programas de formação de professores, um pouco por todo mundo.

    Subjacente a esta implementação em grande escala, encontramos o claro pressuposto de que só um professor autónomo, porque capaz de reflectir sobre a sua prática de ensino e de, em consequência, a aperfeiçoar, é capaz de incutir autonomia nos seus alunos.