Brasil
O presente artigo tem como objeto central a tradução do poema intitulado “Menina Acanhada” que fez parte da mais antiga coleção poética da China, o shījīng (詩經), compilado por volta de 600 a.C. O texto original em chinês é discutido em suas dimensões formais e de significado, acompanhado dos princípios que nortearam uma tradução que atravessa um período de mais de 2.500 anos e cuja cultura de partida é tão distinta da nossa quanto a língua chinesa clássica é do português brasileiro. À tradução adicionou-se de um farto paratexto onde questões caras às teorias da tradução irão inevitavelmente mostrar-se refletidas. Trata-se eminentemente de um trabalho de prática tradutória onde tais conceitos teóricos são apenas pincelados. Adotou-se um partido teórico que priorizou a tradução estrangeirizante sobre a domesticante, abrindo aos olhos do leitor o estranhamento de quem se coloca diante de um texto vindo de outra cultura e língua ao mesmo tempo que evidencia a visibilidade do tradutor e da prática tradutória.
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