Este artigo objetiva investigar a atividade tradutória de duas figuras centrais no contexto histórico-literário luso-brasileiro em fins do século XIX a partir da tradução do livro do Hitopadeśa, coletânea indiana de contos e apólogos morais. Sebastião Rodolpho Dalgado, religioso goense radicado em Portugal, dedicou-se fervorosamente aos estudos de línguas orientais, publicando sua versão intitulada Hitopadexa ou instrução útil em 1897. Já Pedro d'Alcântara, segundo e último imperador do Brasil, realizou a tradução da fabularia hindu no início da década de 1890, obra inacabada e jamais publicada. Com o auxílio da Crítica Genética e dos Estudos Descritivos da Tradução, tornou-se possível realizar a análise dos manuscritos de D. Pedro II e o cotejo com a edição de Dalgado, a fim de estabelecer conexões entre as traduções e os métodos de trabalho desses tradutores, bem como avaliar a inserção de ambos no movimento orientalista tão em voga no oitocentos europeu.
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