Brasil
Este artigo é um desdobramento da tese de doutorado em que analisamos as imagens do Brasil nos livros didáticos franceses, considerando a produção da iconografia e o ativo papel que desempenham no ensino de Geografia. Na ocasião, constatamos que algumas cidades brasileiras nunca conseguiram desvencilhar de sua imagem o reflexo da balbúrdia urbana, uma vez que, arraigadas no predominante modelo da desordem e do caos, projetavam oblíquos olhares sobre as mazelas de nosso país. Nesse contexto, também se inserem as narrativas e as apocalípticas imagens do espaço urbano do Rio de Janeiro em tais obras, sendo frequentemente associadas à violência desenfreada, aos cenários de mendicância, ao descontrole populacional e às desigualdades socioeconômicas. A uniformidade desses discursos, geralmente em tons pejorativos, contribui para solidificar uma ideia bastante unilateral e particularizada sobre essa cidade. Diante disso, propusemo-nos a refletir sobre os sentidos implícitos que se encontram na construção iconográfica dos manuais escolares franceses, numa tentativa de abrir caminhos para decodificar alguns significados consagrados em relação ao Rio de Janeiro ao longo de décadas.
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