É crescente a migração dos jovens do meio rural e a ausência de sucessores nas unidades familiares. As agroindústrias familiares podem ser uma estratégia para possibilitar a permanência destes jovens. Este trabalho teve como objetivo analisar a participação dos jovens rurais nas agroindústrias e o efeito gerado na sucessão. Foram analisados: o grau de satisfação dos jovens com as atividades desempenhadas nas agroindústrias, a autonomia, a remuneração pelo serviço prestado e o envolvimento na tomada de decisão. O trabalho foi realizado em sete municípios, Grão Pará, Imaruí, São Ludgero, São Martinho, Santa Rosa de Lima, Treze de Maio e Tubarão com jovens entre 15 e 24 anos. A pesquisa foi fundamentada em métodos qualitativos, adotando como estratégia os casos múltiplos. Para coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os jovens e com os pais dos jovens envolvidos com agroindústrias familiares de diferentes ramos. Os resultados apontaram que a permanência dos jovens e sucessão da unidade familiar depende do grau de participação e da satisfação, motivação, autonomia e remuneração. Foi verificada diferenças entre gênero e faixa etária. Jovens entre 15-19 anos estavam indecisos ou não pretendiam permanecer na propriedade buscando outros projetos de vida. Ao contrário, os jovens entre 20-24 anos pretendiam permanecer e suceder seus pais. A transição do processo sucessório precisa ser englobada nas políticas públicas.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados