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Segurança Alimentar e Nutricional e Povos Indígenas: a experiência dos Asheninkas do Alto Rio Envira com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)

    1. [1] Universidade Federal do Rio Grande do Sul

      Universidade Federal do Rio Grande do Sul

      Brasil

    2. [2] Atualmente é professora na UFRGS.
  • Localización: Revista Paranaense de Desenvolvimento, ISSN-e 2236-5567, Vol. 38, Nº. 132, 2017 (Ejemplar dedicado a: Janeiro - Junho), págs. 195-210
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • Seguridad Alimentaria y Nutricional en Pueblos Indígenas: la experiencia de los Asheninkas del Alto Río Envira con el Programa de Adquisición de Alimentos (PAA)
    • Food Security and Indigenous People: the Asheninka experience in the Upper Envira River with the Food Acquisition Program (FAP)
  • Enlaces
  • Resumen
    • español

      El siguiente texto recoge las principales consideraciones suscitadas del estudio de caso sobre la experiencia de los Asheninkas con el Programa de Adquisición de Alimentos (PAA). Esta etnia de lengua Arauak vive en la Tierra Indígena Kampa, aislados del río Envira, Estado de Acre, Sudoeste de la Amazonia Brasileña. Participan del PAA desde 2012, siendo los únicos proveedores, para el Estado, del fréjol peruano (Phaseolus vulgaris, L.) cultivado en sistemas tradicionales itinerantes al interior de la selva. Se analizó la interacción entre PAA y Seguridad Alimentaria y Nutricional de esta población, en el marco de la Ley Orgánica, y desde la percepción de los propios Asheninkas. Para ellos, seguridad alimentaria y nutricional se asocia a: plantaciones de alimentos tradicionalmente considerados “fuertes” – banana, maíz, fréjol – y “sagrados” – como la yuca; consumo regular de culinaria tradicional con ingredientes del territorio y obtenidos mediante caza, pesca y cosecha; conservación del conocimiento tradicional; y consecución de préstamos de alimentos entre parientes, en un contexto de relaciones de reciprocidad. Estas relaciones son imprescindibles para el acceso de las familias al PAA. El Programa, bien formulado, refuerza las actividades económicas desarrolladas tradicionalmente, asegura el uso sustentable del territorio y la preservación de los hábitos tradicionales, permitiendo superar el aislamiento geográfico. Con los ingresos que reciben los Asheninkas, adquieren los medios de producción agrícola, materiales de pesca y caza. La adquisición de bienes industrializados convive en paralelo con la cultura material tradicional sin sustituirla; al tiempo que contribuye sobremanera a garantizar su seguridad alimentaria y nutricional.

    • português

       O texto traz as principais questões que suscitaram e orientaram o estudo de caso realizado sobre a experiência dos indígenas Asheninkas com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Esta etnia de língua Arauak vive na Terra Indígena Kampa e Isolados do rio Envira, Estado do Acre, sudoeste da Amazônia Brasileira. Participa do PAA desde 2012 como fornecedores exclusivos, no Estado, do feijão peruano (Phaseolus vulgaris, L.), cujo cultivo ocorre em sistemas tradicionais itinerantes no interior da Floresta. Busca-se refletir, aqui, sobre a interação do PAA com a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dessa população, com base no conceito estabelecido na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, bem como na percepção própria dos Asheninkas. Para estes, a SAN está associada ao consumo de alimentos de plantios tradicionais considerados fortes, como banana, milho, feijão, e aos alimentos sagrados, como a mandioca; ao consumo regular de comidas da sua culinária tradicional, utilizando ingredientes encontrados no Território, oriundos da caça, pesca, coleta; à manutenção do conhecimento tradicional; e a empréstimos de alimentos junto aos parentes, com base nas relações de reciprocidade. Essas relações são imprescindíveis para o acesso das famílias ao PAA, que, ao ser adequado localmente, potencializou atividades econômicas tradicionalmente desenvolvidas, com uso sustentável do Território, preservou hábitos tradicionais e superou o isolamento geográfico. Com a renda do PAA, os Asheninkas adquirem os meios de produção agrícola, materiais de pesca e caça. Tais aquisições de bens industrializados convivem em paralelo com a cultura material tradicional, sem substituí-la, além de contribuírem significativamente para a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional dessa população. 

    • English

      This article presents the main issues that guided a case study of the Asheninkas experience with the Food Acquisition Program (FAP). This ethnic group speaks the Arauak language and live the Kampa Indigenous Land isolated from the Envira River, Acre, in southwestern Brazilian Amazon. They take part in the Program since 2012 as the State’s exclusive suppliers of Peruvian beans (Phaseolus vulgaris L.), whose itinerant cultivation in the woods follows a traditional system. Our approach is a reflection on the interaction between the Food Acquisition Program (FAP) and the Food and Nutrition Security (FNS) of this population, based on the concept established in the Organic Law on Food and Nutrition Security, and on the Asheninkas perceptions. For them, FNS is associated with traditional food crops considered strong, like bananas, corn, beans, and sacred foods such as cassava, with the regular consumption of traditional foods with ingredients from hunting, fishing, and gathering, with maintenance of their traditional knowledge, and with food loan contracts with relatives based on reciprocal relations. These relationships are essential for household access to the FAP, which, when locally appropriate, potentiates traditional economic activities with sustainable use of the territory, preserving traditional habits and overcoming geographic isolation. With the income from the FAP, the Asheninkas have acquired the means of agricultural production, fishing and hunting supplies. These acquisitions of processed products coexist with their traditional material culture without replacing it, while contributing greatly to ensure FNS.


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