Aquestão da representação do povo, no romance de Guimarães Rosa, é estudada, aqui, na perspectiva do escritor de desenvolver a dimensão lingüística da cultura sertaneja. Para analisar a labiríntica rede de falas sertanejas, nos serve de guia o programa rosiano de “invenção de uma nova língua”. O estudo mostra que o autor monta um retrato do Brasil articulado por personagens do povo, com falas que “atravessam” criticamente o discurso do narrador Riobaldo enquanto dono do poder. Com sua invenção de linguagem, Rosa transcende a dimensão da “obra literária”; mobilizando a língua como “energia”, ele evidencia o seu potencial como instrumento de diálogo entre as classes em conflito.
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