O trabalho tem como objetivo propor uma reflexão a respeito da introdução de valores na ação educativa institucional, cujo objetivo volta-se à implementação de um espaço profícuo ao desenvolvimento do cidadão. Para isso, a partir das obras da filósofa espanhola Adela Cortina e do filósofo alemão Jürgen Habermas busca-se estabelecer um raciocínio a respeito da inevitável inserção de valores na ação, destinada a provocar os educandos à incorporação de uma postura participativa, que é essencial para elevá-los à condição de cidadão. Para isso, parte-se inicialmente da análise das diferentes formas de estabelecimento das relações interpessoais. A partir das considerações de Cortina acerca dos estudos de Jonathan Sacks e Thomas Hobbes, realiza-se um cotejo entre aliança e contrato, demonstrando que embora os direitos e deveres do cidadão estejam estabelecidos por meio de um contrato, os seus fundamentos e a garantia de seu funcionamento consubstanciam-se na aliança. Outro aspecto abordado, refere-se à superação da ação instrumental, considerada por Cortina como nefasta à formação do sujeito autônomo. Destaca-se a contribuição da educação escolar, em todos os seus níveis, no tocante ao desenvolvimento de uma sociedade democrática que conta com a participação ativa de seus sujeitos pertencentes e conscientes de suas alianças. Aponta-se que para que esse projeto aproxime-se da realidade é fundamental que os educadores, bem como os demais agentes vinculados às instituições educacionais, articulem em sua práxis os valores mínimos destacados por Adela Cortina, quais sejam: liberdade, igualdade, respeito ativo, solidariedade e o diálogo.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados