Raquel Gonçalves Salgado, Leonardo L. de Souza
El aura sagrada y secular de la inocencia en torno a la infancia mantiene aún, hoy en día,su fuerza en los discursos sociales de protección, cuidado y educación de los niños.Conjugado con ese aura de inocencia está el discurso del desarrollo infantil, caro para lapsicología y para la educación, que se esfuerza en describir y caracterizar minuciosamentela infancia como una "etapa de la vida", como forma de afirmar "verdades" sobre lossujetos que la viven y sobre cómo "deben" vivirla. Nuestro propósito con este trabajo esproblematizar la producción discursiva sobre el niño inocente en el campo de lapsicología y la educación siguiendo el camino de la crítica feminista y de los estudios de laniñez. Para ello, asumimos como principales interrogantes el género y la sexualidad comoposibilidades de construir otras miradas sobre la infancia al contemplar las experiencias,los conocimientos y los sentidos que los niños comparten en sus producciones culturaleslúdicas. Las escenas que traemos para este propósito como soportes de nuestrasreflexiones provienen de investigaciones con niños en instituciones de Educación Infantilde la red pública municipal de enseñanza de Rondonópolis (Mato Grosso, Brasil). Eltrabajo fue desarrollado en el ámbito del grupo de investigación "Infancia; Juventud yCultura Contemporánea" (GEIJC). Las principales cuestiones que planteamos comomarcadores de género y sexualidad cuando los llevamos al contexto escolar fueron: (1) ellugar de los niños al derecho a expresar sus géneros y sexualidades en ese contexto; (2) laposibilidad de que dichas expresiones sean reconocidas y tengan existenciasdespatologizadas y viables en contextos de aprendizaje, así como su desvinculación devalores moralistas y excluyentes; y (3) la posibilidad de reconocimiento, por parte de laescuela y de las políticas cognitivas gestadas en ese contexto, de trayectorias distintas delas expresiones de género y sexuales de niños. En suma, nuestras indagaciones van en elsentido de problematizar la idea de desarrollo como progreso a un "deber ser" orientadopor la linealidad y universalidad de las expresiones de géneros y sexualidades, quedesemboca con fuerza en los discursos pedagógicos por una identidad falocéntrica,masculinista, heteronormativa, binaria y burguesa.
The sacred and secular aura of innocence around childhood is still nowadays wellpreserved, having a strong impact on social discourses of protection; care and education.Conjugated to this aura is the child developmental discourse; very crucial to psychologyand education; which strives to thoroughly describe and characterise childhood as a “lifestage”; in order to claim “truths” about subjects who live it and how they “must” live it.In this way; our proposal with this work is to question the discursive production of“innocent child”; in psychology and education fields; through a feminist perspective andthe childhood studies. Therefore; we assume as principal question figures gender and sexuality as possibilities to construct different views on childhood by looking over theexperiences; the knowledge and senses that children are sharing in their playing cultures.The scenes we bring up as supports to our reflections come from researches with childrenin pre-school municipal public institutions; in Rondonópolis; Mato Grosso; Brazil;conducted in the scope of Childhood; Youth and Contemporary Culture Research Group(GEIJC). The main questions we raise with gender and sexuality as markers; when wetake them to the scholar context; are: (1) the children’s place in their right of expressingtheir genders and sexualities in this context; (2) the possibility of these expressions to berecognized and have despatologised and viable existences in learning contexts; as well astheir detachment from moral and excluding values; and (3) the possibility of recognition;by the school and cognitive politics produced in this context; of different trajectories ofgender and sexual expressions in children. In summary; our inquiries are directed toquestion the developmental idea as a progress to a “must be” oriented by linearity anduniversality of gender and sexual expressions; which debouch intensely in pedagogicaldiscourses in search of a phallocentric; masculinist; heteronormative; binary andbourgeois identity.
A aura sagrada e secular da inocência em torno da infância mantém ainda, nos dias de hoje, sua força nos discursos sociais de proteção, cuidado e educação das crianças. Conjugado a essa aura de inocência está o discurso do desenvolvimento infantil, muito caro à psicologia e à educação, que se esforça em descrever e caracterizar minuciosamente a infância como uma “etapa da vida”, como forma de afirmar “verdades” sobre os sujeitos que a vivem e como “devem” vivê-la. Desse modo, nosso propósito, com este trabalho, é problematizar a produção discursiva da criança inocente, no campo da psicologia e da educação, pelo viés da crítica feminista e dos estudos da infância. Para tanto, assumimos como principais interrogantes o gênero e a sexualidade como possibilidades de construir outros olhares sobre a infância ao nos debruçarmos sobre as experiências, os conhecimentos e os sentidos que as crianças compartilham em suas produções culturais lúdicas. As cenas que trazemos à baila como suportes de nossas reflexões advêm de pesquisas com crianças em instituições de Educação Infantil, da rede pública municipal de ensino de Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil, desenvolvidas no âmbito do grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC). As principais questões que levantamos com os marcadores de gênero e sexualidade, quando os levamos para o contexto escolar, são: (1) o lugar das crianças no direito de expressarem seus gêneros e sexualidades nesse contexto; (2) a possibilidade de essas expressões serem reconhecidas e terem existências despatologizadas e viáveis em contextos de aprendizagem, bem como a sua desvinculação de valores moralistas e excludentes; e (3) a possibilidade de reconhecimento, pela escola e pelas políticas cognitivas gestadas nesse contexto, de trajetórias distintas das expressões de gênero e sexuais de crianças. Em suma, nossas indagações vão no sentido de problematizar a ideia de desenvolvimento como progresso a um “dever ser" orientado pela linearidade e universalidade das expressões de gêneros e sexuais, que desemboca com força nos discursos pedagógicos por uma identidade falocêntrica, masculinista, heteronormativa, binária e burguesa.
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